Morre Charlie Munger, sócio de Warren Buffett que chamou Bitcoin de “veneno de rato”

Na última vez que falou sobre criptomoedas, Munger disse não se orgulhar dos EUA por não proibi-las como fez a China
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Charlie Munger. Foto: Shutterstock

Charlie Munger, parceiro de negócios de longa data de Warren Buffett e vice-presidente da holding multinacional Berkshire Hathaway, morreu aos 99 anos de idade, anunciou a empresa na terça-feira (29). As declarações de Munger, assim como as de Buffett, eram muitas vezes citações importantes sobre investimentos ruins — e poucos ativos despertaram sua ira como o Bitcoin.

“Acho que é veneno de rato”, disse ele em 2013, quando o Bitcoin valia US$ 150. Quando pediram que revisitasse seus comentários cinco anos depois, quando a maior criptomoeda do mundo estava sendo negociada a US$ 9.000, ele disse: “Então é um veneno de rato mais caro”.

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Quando pressionado sobre os retornos que alguns investidores de Bitcoin conseguiram obter, ele os chamou de “booms idiotas” que prejudicam os EUA.

As reuniões anuais da Berkshire Hathaway eram frequentemente chamadas de “Woodstock para capitalistas”, e colocar Munger e Buffett no palco era uma das principais atrações. Perguntar sobre criptomoedas era uma maneira confiável de fazer com que eles usassem uma linguagem mais agressiva.

“Na minha vida, tento evitar coisas que sejam estúpidas e malignas, e que talvez pareçam ruins em comparação com outras pessoas”, disse ele em 2018. “O Bitcoin faz todos os três.”

“É estúpido porque é muito provável que chegue a zero; é maligno porque prejudica o sistema do Federal Reserve… e, em terceiro lugar, nos faz parecer tolos em comparação com o líder comunista da China”, explicou. “Xi Jinping foi inteligente o suficiente para proibir o Bitcoin na China… nós somos muito mais burros”.

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Três anos depois, Munger ainda estava irritado.

“Acho que todo esse maldito desenvolvimento é nojento e contrário aos interesses da civilização”, disse ele no início de 2022, comparando os criptoativos a uma doença venérea, considerando-os algo “abaixo da linha do desprezo”.

Mesmo com 99 anos de idade, ele fez uma condenação mais inflamada na reunião anual da Daily Journal Corporation no início deste ano.

“Às vezes eu chamo de porcaria cripto (crypto crapple) e às vezes chamo de, bem, merda de criptomoedas”, disse ele, usando o termo meia dúzia de vezes durante a conversa. “É ridículo que alguém compre essas coisas.”

“É um absurdo, não é um pouco estúpido, é extremamente estúpido e é muito perigoso”, continuou ele. “Os governos estavam totalmente errados ao permitir isso. Não tenho orgulho do meu país por permitir essa merda de criptoativos, eles não valem nada, não são bons, é coisa de maluco e só vão causar danos.”

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Embora os ataques de Munger tenham irritado os defensores das criptomoedas, sua franqueza foi por muito tempo parte da imagem pública popular da Berkshire. Ele trabalhou ao lado de Buffett por décadas, oferecendo sabedoria de investimento quase tão importante quanto o próprio “Oráculo de Omaha“.

A Berkshire Hathaway informou que Munger morreu em paz em um hospital da Califórnia. Buffett prestou homenagem à “inspiração, sabedoria e participação” de Munger na transformação da Berkshire no conglomerado que é hoje.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.