Moradores que vivem perto de uma fazenda de mineração de Bitcoin nas margens do Lago Seneca, no interior do estado de Nova York, relataram aumentos alarmantes na temperatura da água, informou a NBC News.
“O lago é tão quente que você parece estar em uma banheira de hidromassagem”, disse Abi Buddington, morador de Dresden.
No mês passado, os moradores protestaram contra a fazenda de mineração Greenidge Generation Bitcoin, que afirmam estar poluindo o ar e aquecendo o lago, graças ao uso de combustíveis fósseis.
No entanto, Greenidge, que é propriedade da empresa de private equity Atlas Holdings, disse à NBC que a instalação à beira do lago está operando dentro de suas licenças ambientais federais e estaduais. “O impacto ambiental nunca foi melhor do que agora”, disse o CEO da Greenidge, Jeff Kirt.
A empresa disse que compensa suas emissões de carbono e se comprometeu a abandonar o gás natural.
Mineração à beira do lago
A água do lago resfria os 8.000 computadores usados para minerar Bitcoin na usina a gás na bucólica região de Finger Lakes, em Nova York.
De acordo com documentos obtidos pela NBC, a licença atual mantida pelo Greenidge permite que ele absorva 139 milhões de galões de água e descarte 135 milhões de galões por dia, em temperaturas de até 108 graus Fahrenheit (42 graus célsius) no verão e 86 graus (30 graus célcius) no inverno. A renovação da licença está prevista para setembro.
A empresa afirma que a temperatura da água fica em média pela metade desses níveis, mas os residentes locais discordam. Apesar de seus esforços, um estudo térmico completo não foi produzido e não será até 2023, de acordo com a NBC.
Mas a emissora informou que nem todos os residentes locais são contra Greenidge. A empresa fez generosas doações para escolas locais e um corpo de bombeiros, além de fornecer empregos.
A mineração de Bitcoin se expande nos EUA
Nos EUA, a mineração de Bitcoin aumentou em resposta a uma repressão na China; cresceu para quase 8% da participação global, em comparação com os 4% em setembro de 2019.
O proprietário da Greenidge, a Atlas, recentemente levantou US$ 3 bilhões de investidores e disse que planeja mais do que quadruplicar sua atual capacidade de mineração de Bitcoin até o final do ano.
Na sexta-feira, a empresa anunciou que estaria expandindo suas operações para a Carolina do Sul ainda este ano. Greenidge planeja uma instalação de mineração de criptomoedas neutra em carbono na cidade de Spartanburg, tendo assinado uma Carta de Intenções com a LSC Communications, outra empresa do portfólio da Atlas Holdings.
Ativistas em Nova York se preocupam com a expansão da empresa e alertam que, se os reguladores de Nova York não controlarem as operações de mineração de Bitcoin, pelo menos mais 30 usinas de energia poderiam ser utilizadas, o que colocaria em risco as metas de energia verde do estado. Uma moratória de três anos na mineração de Bitcoin foi proposta.
*Traduzido e republicado com autorização da Decrypt.co