Mineradores de Bitcoin estão com prejuízo de US$ 2 mil por cada BTC minerado; entenda

Há três dias, o custo médio para a produção de 1 BTC chegou a ultrapassar a casa dos US$ 20 mil
Homem minerando carvão

Shutterstock

Os mineradores de Bitcoin estão tendo um prejuízo de cerca de US$ 2 mil por cada BTC extraído por conta do custo de produção da maior criptomoeda do mercado.

Conforme estatísticas disponíveis na plataforma Macromicro, o custo médio para a produção de 1 BTC atualmente é de US$ 18.816, valor que supera a cotação desta sexta-feira (23) da criptomoeda, negociada por volta de US$ 16.840.

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Vale lembrar que esse “prejuízo” é apenas uma estimativa, já que o custo de produção de cada minerador vai depender de quanto eles pagam por energia elétrica nas regiões onde estão baseados, bem como da infraestrutura e dos equipamentos que utilizam na atividade.

No esforço de chegar a um custo médio da mineração, a Macromicro baseia suas estatísticas na emissão diária de bitcoin e no consumo de eletricidade exigida para a atividade informada pela Universidade de Cambridge, entidade no Reino Unido.

“Quando os custos de mineração forem menores que o valor de mercado do bitcoin, mais mineradores trabalharão. Quando os custos de mineração forem maiores que a receita do minerador, o número de mineradores diminuirá”, explica a Macromicro.

(Fonte: Macromicro.me)

No início da semana, a diferença entre o custo de produção e o valor do BTC era ainda maior, conforme sinalizou um usuário do Reddit na comunidade r/CryptoCurrency. Os números daquele na quarta-feira (21) compartilhados por ele demonstravam um custo médio de mineração de US$ 20.095 para o BTC, cotado em US$ 16.869 na ocasião — um “prejuízo” de US$ 3,2 mil para os mineradores.

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(Fonte: Macromicro.me)

“O valor líquido negativo [dos mineradores] já tem sido uma realidade por algumas semanas seguidas”, ressaltou o usuário, citando inclusive o colapso nos últimos dias de uma gigante da mineração, a Core Scientific.

A empresa de capital aberto enfrentava o impacto da desvalorização do bitcoin e dos crescentes custos da energia nos EUA, pais onde está sediada. O desfecho foi que a mineradora precisou entrar com pedido de recuperação judicial no tribunal de falências do Texas.

Por conta disso, a Core Scientific pode vender até um gigawatt de seus centros em desenvolvimento. “A probabilidade de vendermos ativos nos quais estamos operando atualmente é próxima de zero”, disse o diretor da mineradora, Russell Cann, ao The Block. “A probabilidade de vendermos ativos que estão em desenvolvimento onde temos capacidade de energia, terrenos e subestações, é alta.”