Os entusiastas do Bitcoin podem adorar ele, mas o excêntrico presidente da Argentina está longe de ser um maximalista.
Na verdade, o líder libertário Javier Milei parece ter uma queda por criptomoedas de dinheiro rápido — do tipo que os defensores mais radicais do Bitcoin costumam chamar de “shitcoins”.
O mundo dos ativos digitais foi abalado depois que Milei foi alvo de acusações criminais por promover uma memecoin chamada LIBRA. Na sexta-feira, o presidente disse a seus milhões de seguidores para comprarem o token baseado na Solana, fazendo com que a criptomoeda disparasse em valor, ultrapassando US$ 4 bilhões.
Em seguida, a moeda despencou, e Milei rapidamente tentou se desvincular da polêmica.
Pessoas dentro e fora do espaço cripto agora estão furiosas e pedindo a cabeça do líder, alegando fraude.
Mas vale lembrar que esta não é a primeira vez que o economista promove um token controverso.
Envolvimento de Milei com CoinX
Em 2022, antes de se tornar presidente, investidores processaram Milei por promover a CoinX, uma plataforma de investimentos em cripto que prometia retornos gigantescos aos usuários, nos moldes de uma pirâmide financeira.
A ação judicial se referia a postagens feitas pelo então deputado em 2021. Na época, Milei — que usa frequentemente as redes sociais — divulgou a CoinX para seus milhões de seguidores.
“Eles estão revolucionando a forma de investir para ajudar os argentinos a lidar com a inflação”, escreveu ele em uma postagem no Instagram, após visitar a sede da CoinX, que prometia gerar lucros para investidores usando inteligência artificial, bots e especialistas para automatizar negociações.
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No entanto, segundo a mídia local, a CoinX fez com que muitos investidores perdessem dinheiro e teve que fechar as portas depois que o órgão regulador financeiro da Argentina alertou que a plataforma não tinha permissão legal para operar no país.
Milei posteriormente se distanciou do caso e afirmou que apenas havia dado sua opinião sobre o projeto.
Os defensores do Bitcoin simpatizam com Milei por causa de suas ideias libertárias. No entanto, o próprio presidente não se aprofundou muito na maior criptomoeda, limitando-se a dizer que ela é uma “reação natural” aos “golpistas” dos bancos centrais.
O escândalo com a LIBRA, por sua vez, tomou proporções sérias: Milei agora é o líder da Argentina, venceu as eleições com uma promessa de acabar com a corrupção no país e, diante do caso, já enfrenta um processo judicial e até pedidos de impeachment.
Mesmo que tudo pareça grave, Milei está se defendendo. Depois que a bolsa de valores argentina despencou na segunda-feira, o presidente retweetou uma postagem de um apoiador que tentou explicar o quão difícil teria sido para uma pessoa comum, sem experiência prévia em negociações cripto, comprar LIBRA logo após a promoção feita por Milei.
A postagem de Dario Epstein foi amplamente interpretada como um “tutorial” sobre como comprar LIBRA naquele momento, o que fez com que traders enxergassem isso como um sinal para investir ainda mais no token. O preço da LIBRA saltou mais de 60% — antes de despencar novamente.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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