O governo iraniano colocou em debate uma medida que pode proibir o aplicativo de mensagens Telegram por receio de que o criptoativo da sua ICO — que já arrecadou US$ 1,7 bilhões, possa afetar a moeda nacional.
Segundo a empresa, os fundos serão usados por meio do token ‘Gram’ para desenvolver uma arrojada plataforma blockchain destinada a descentralizar aspectos da comunicação digital.
O aplicativo, que é muito utilizado no Irã, já foi reprovado por alguns membros do governo após protestos pelo país em 2017.
Hassan Firouzabadi, secretário do Conselho do Governo para Ciberespaço, sugeriu bloqueio do Telegram ao fazer um discurso na TV estatal, na terça (03), observando o seguinte, de acordo o site de notícias americano Al-Monitor: “O domínio da plataforma no Irã é inimigo do setor privado”.
Segundo a CCN, Firouzabadi alertou que a nova criptomoeda da empresa vai minar a economia local se não for controlada:
“Telegram não é um aplicativo dominante em qualquer país como é aqui no Irã. E a empresa anunciou oficialmente que o aplicativo será uma plataforma econômica e isto vai prejudicar a moeda nacional”.
Sugestão de banir o Telegram
No final de março o membro do parlamento iraniano, Alaeddin Boroujerdi, também já sugeria banir o aplicativo: “Esta foi uma decisão tomada nos níveis mais altos e a Telegram será substituída por um aplicativo doméstico”.
Em resposta, o presidente moderado do Irã, Hassan Rouhani, disse em uma reunião com ministros, parlamentares e governadores no mesmo dia:
“É interessante termos aplicativos de mensagens iranianos fortes, seguros e baratos que possam resolver as necessidades e problemas das pessoas”.
Sobre bloquear o Telegram ele também opinou: “O objetivo de criar nossos próprios aplicativos não deveria basear-se no bloqueio e acesso dos outros, mas seria o fim do monopólio.
Rouhani também foi citado por Jalal Mirzaei, membro do parlamento da província de Llam: “Ninguém se opõe a quebrar o monopólio da Telegram, mas bloqueá-la não é a solução para criar as aplicações de mensagens locais”.
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