A Mastercard, uma das maiores operadoras de cartões de crédito, afirmou que a queda no volume de compras de criptomoedas por meio do sistema de pagamento da companhia foi responsável por um leve impacto no crescimento da empresa no primeiro trimestre deste ano. De acordo com a CNBC, a notícia foi dada em uma teleconferência na quarta-feira (02).
“Isso é reflexo da recente queda em compras de criptomoedas com nosso sistema de pagamentos. Nossos clientes podem usar o Mastercard para fazer isso, mas recentemente alguns bancos proibiram a prática. Esperamos que o crescimento transnacional se modere um pouco”, disse a consultora financeira da empresa, Martina Hund-Mejean.
Realmente alguns bancos, como Bank of America e JPMorgan proibiram a compra de criptomoedas por meio dos cartões de crédito em fevereiro deste ano. Todos eles citaram a volatilidade dos preços e possíveis riscos de crédito como fator principal para o impedimento.
Um dos motivos também são os recentes casos de invasão hacker, segundo o presidente e CEO da Mastercard, Ajay Banga:
“Uma das maiores bolsas no Japão sofreu ataque hacker. Isso também é motivo para a queda na demanda por criptomoedas. Percebemos neste momento que há menos interesse depois de acontecimentos como este”.
Banga também cita a queda no valor do Bitcoin em relação ao final do ano passado e início deste ano. Ele ressalta que o mercado de criptomoedas perdeu quase metade do seu valor nos primeiros três meses de 2018, segundo dados da Coindesk.
O executivo da Mastercard ressaltou, ainda, que as criptomoedas não são uma parte importante da estratégia corporativa da empresa por causa de sua imprevisibilidade.
James Friedman, analista do Susquehanna Financial Group, em consonância com Banga ressaltou: “Embora o fator ‘criptomoeda’ seja interessante, não é um fator-chave para o valor da Mastercard”.
“É trabalho da Mastercard transacionar em qualquer lugar que o consumidor ou comerciante esteja com o seu cartão. As criptomoedas estão aí. Eu não acho que essas transações sejam relevantes para a cultura de investimento da Mastercard, mas não vamos penalizar os clientes por causa disso, completou Friedman.
Após a conferência, que foi marcada especificamente para a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, as ações da Mastercard tiveram um aumento de mais de 3%. Isto superou expectativas até mesmo dos analistas de Wall Street, quando viram serem negociadas cada ação a US$ 187 a partir das 13h do dia seguinte.
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