O mercado de criptomoedas opera instável entre altas e baixas no início desta segunda-feira (30), em meio à volatilidade dos índices acionários globais, em semana marcada por decisão de juros nos Estados Unidos e na zona do euro.
Depois de encostar em US$ 24 mil, o Bitcoin (BTC) recua 0,5% nas últimas 24 horas, para US$ 23.181,05. Em reais, o BTC ainda ganha 0,6%, negociado a R$ 119.692,46, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) opera em baixa de 0,8%, cotado a US$ 1.586,41, segundo dados do Coingecko.
A principais altcoins são negociadas no vermelho, entre elas BNB (-1,7%), XRP (-3,3%), Cardano (-3,2%); Dogecoin (-4%), Polygon (-4,3%), Solana (-0,7%), Polkadot (-4,9%), Shiba Inu (-3,1%) e Avalanche (-2,7%).
Bitcoin hoje
No domingo (29), o Bitcoin chegou a superar a marca de US$ 23,9 mil, a maior cotação desde meados de agosto, de acordo com dados do CoinDesk.
O mercado cripto espelhava o otimismo que impulsionou as bolsas americanas na sexta-feira. O Nasdaq Composite, com forte peso do setor de tecnologia, fechou com sua quarta semana de valorização em meio aos sinais de alívio da inflação nos EUA.
Tanto o indicador geral quanto o núcleo do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE) dos EUA, que exclui alimentos e energia, subiram menos em dezembro e registraram as menores altas desde o fim de 2021, segundo relatório do Departamento de Comércio. Esse é o índice de preços mais acompanhado pelo Federal Reserve, o banco central americano.
Esses números serão levados em conta na reunião de dois dias do Fed, que começa amanhã (31). A decisão sai na quarta-feira (1º) e, diante dos recentes dados, economistas esperam um aumento mais leve da taxa de juros, de 0,25 ponto percentual.
Quanto ao impacto no mercado cripto, Joe DiPasquale, CEO da gestora de fundos BitBull Capital, disse em nota ao CoinDesk que investidores podem optar por realizar lucro depois das várias semanas de ganhos, com a “possibilidade de que o Bitcoin teste US$ 20 mil novamente no futuro próximo”.
Investigações na FTX
Promotores dos EUA pediram a um juiz de Nova York que proíba Sam Bankman-Fried (SBF) de entrar em contato com seus ex-parceiros na FTX e de usar aplicativos de mensagens criptografadas, alegando que o fundador da exchange cripto se comunicou com possíveis testemunhas de seu julgamento, marcado para outubro.
Em carta enviada ao tribunal na sexta-feira (27), o governo americano alegou que Bankman-Fried esteve “em comunicação direta” pelo aplicativo de mensagens Signal com o diretor jurídico da FTX, que pode ser solicitado a depor no caso contra seu ex-chefe.
A carta não cita o diretor jurídico, mas o cargo é ocupado pelo ex-advogado da Sullivan & Cromwell, Ryne Miller, que entrou na FTX US em 2021. A Sullivan & Cromwell, por sua vez, tem assessorado a nova gestão da FTX no processo de recuperação judicial.
Transferência de criptos
Os advogados de Bankman-Fried argumentaram que ele deveria ter acesso aos ativos e criptomoedas mantidos pela FTX. Segundo sua defesa, não há evidências de que SBF seja responsável por supostas transações não autorizadas. Como parte das condições de fiança, SBF foi proibido de acessar tokens na FTX e na Alameda Research, o braço de trading do grupo.
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E um juiz federal dos EUA aprovou o pedido da FTX para rescindir formalmente acordos de patrocínio com Gisele Bündchen, além da empresa SC30, do astro do basquete Stephen Curry, e com o jogador de beisebol Shohei Ohtani, segundo documentos judiciais. Bündchen tem acordos de parceria, promoção e doações com uma afiliada da FTX referentes a maio de 2021.
Campanha de brasileiro nos EUA
Vários ex-funcionários importantes da FTX ultrapassaram o limite de doações para o suposto golpista George Santos, o brasileiro eleito deputado por Nova York pelo Partido Republicano, durante sua bem-sucedida campanha de 2022 para o Congresso, revelaram os registros da FEC, a comissão eleitoral do país.
Santos foi flagrado pela imprensa americana com uma série de mentiras sobre suas origens e formação. No Brasil, Santos atuou como drag queen na época em que morava no Rio de Janeiro.
Outros destaques das criptomoedas
Relatório entregue pela CVM à 5ª Vara Empresarial da Capital, a pedido da juíza titular, Maria da Penha Nobre Mauro, classificou como fraudulentas as operações com criptomoedas conduzidas pela GAS Consultoria, de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin”, informou o jornal O Globo. O laudo dificulta o pedido de recuperação judicial apresentado pelos advogados da GAS. Cadastro de credores organizado pelo Escritório Zveiter contabilizou 127.628 clientes lesados pela empresa, que declararam um rombo no valor total de R$ 9,9 bilhões.
A Binance lançou uma ferramenta para prevenir a autonegociação, que pode ocorrer sem intenção ou ser praticada para manipulação dos preços do mercado. Chamada de STP, a ferramenta da Binance impede que usuários com várias estratégias ao mesmo tempo tenham duas de suas ordens de compra correspondidas, segundo nota da empresa divulgada pelo Valor.
A Rispar, fintech que oferece crédito em reais com garantia em criptomoedas, ampliou o portfólio de moedas digitais disponíveis para o serviço por meio de um novo aplicativo, conforme o InfoMoney. Além do Bitcoin (BTC), a primeira versão do produto também conta com Ethereum (ETH), Tether (USDT), Chiliz (CHZ), Polkadot (DOT) e Pax Gold (PAXG).
A empresa quer que o aplicativo possa ser utilizado por outras empresas em suas soluções de crédito. “Na prática, o que nós fazemos com o nosso aplicativo, poderá ser feito por terceiros também. O Mercado Bitcoin pode fazer isso, a Foxbit pode fazer isso, porque são APIs (Interface de Programação de Aplicação)”, afirmou Rafael Izidoro, CEO e fundador da Rispar.
A Foxbit Pay, solução de pagamentos da corretora Foxbit, poderá ser utilizada por pessoas físicas até o fim de fevereiro, revelou a empresa ao Valor. Com a ferramenta, qualquer usuário da plataforma Foxbit poderá enviar ou receber criptomoedas. Rodrigo Ikegaya, diretor de produtos e negócios da Foxbit, disse que o objetivo é replicar o sucesso do Pix, permitindo que mesmo comerciantes informais possam receber em criptomoedas.
A britânica Argo Blockchain é alvo de uma ação coletiva, que acusa a mineradora de Bitcoin de enganar investidores em sua oferta pública inicial (IPO) nos EUA em 2021. Segundo o processo, a mineradora teria feito declarações falsas ou enganosas e não revelou que enfrentava problemas de liquidez e maiores custos de energia, além de problemas na rede.
Enquanto isso, um fundo de índice (ETF) com foco em mineradoras se destaca em Wall Street. O ETF Valkyrie Bitcoin Miners, que conta com mineradoras como Digihost Technology, Bitfarms, Marathon Digital e Riot Platforms entre as principais apostas, já se valorizou 100% em janeiro, mostram dados da Bloomberg. No ano passado, o ETF, negociado sob o código WGMI (“We’re Gonna Make It”), registrou perdas de 80%.
O banco central dos EUA recusou um pedido do Custodia Bank, cujas operações são focadas em cripto, para se tornar membro do Federal Reserve System. De acordo com o Fed, o modelo de negócios proposto pelo banco e o foco em ativos digitais apresentam riscos significativos de segurança e solidez.
A blockchain Polygon abriu uma “tech house” de acesso comunitário em parceria com a ONG Educar+ na favela do Final Feliz, no complexo do Chapadão do Rio de Janeiro. De acordo com o Valor, a “tech house” vai funcionar como uma espécie de laboratório de informática, com aulas de tecnologia focadas em web3 para moradores da comunidade.
Metaverso foi selecionada entre as três palavras do ano da Oxford University Press em 2022. O termo foi cunhado pelo americano Neal Stephenson, escritor de ficção científica em seu clássico Snow Crash (1992), que ganhou nova edição no Brasil pela Aleph, conforme o Estadão.
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