O Bitcoin (BTC) voltou a ganhar força no domingo e subiu após relatos de que a Casa Branca sinalizou uma abordagem mais direcionada para as tarifas anunciadas para 2 de abril, confirmando que provavelmente deixará de fora tarifas setoriais específicas, mas ainda implementará “tarifas recíprocas” sobre parceiros comerciais importantes.
O mercado cripto apresentou ganhos maiores após reportagens da Bloomberg e do Wall Street Journal na tarde de domingo, indicando que o governo Trump está refinando sua estratégia tarifária.
Nesta segunda-feira (24), o Bitcoin registra alta de 3,8% e é negociado por US$ 87.801. O Índice de Preço do Bitcoin (IPB) mostra o BTC em R$ 503.664. O Ethereum (ETH) tem valorização de 3,7% é vendido a US$ 2.093.
O sentimento positivo segue pelo restante do mercado: XRP (+2,75), BNB (+1%), Solana (+6,7%), Cardano (+2,8%), e Dogecoin (+3%).
Quem destoa é o Tron (TRX), que cai 3% e é vendido a US$ 0,229.
Essa mudança de uma implementação tarifária mais ampla para uma abordagem mais seletiva ajudou a reduzir as preocupações sobre uma possível disrupção econômica imediata.
Anteriormente, os temores do mercado giravam em torno da declaração do presidente Donald Trump de que o dia 2 de abril seria o “Dia da Libertação”, quando ele planejava impor tarifas generalizadas sobre diversos setores.
Citando declarações do Secretário do Tesouro, Scott Bessent, feitas na semana passada, o WSJ informou que o governo pretende aplicar tarifas a cerca de “15% das nações com desequilíbrios comerciais persistentes com os EUA”.
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Isso ocorre após as projeções do Federal Reserve na semana passada, que indicaram a manutenção das taxas de juros. Duas semanas antes, o Índice de Preços ao Consumidor mostrou uma desaceleração, marcando 2,8% em fevereiro — um sinal que alguns investidores interpretam como alívio nas condições financeiras.
Embora as tarifas não afetem diretamente os preços do Bitcoin ou do mercado cripto no curto prazo, Zach Pandl, chefe de pesquisa da Grayscale, afirmou anteriormente ao Decrypt que as políticas comerciais de Trump fazem parte de uma tendência mais ampla, com o Bitcoin sendo “envolvido na incerteza macroeconômica”.
Segundo Pandl, “o aumento da incerteza nas políticas tem levado os investidores a reduzir o risco em seus portfólios de maneira geral”.
Um estudo da Bloomberg mostra que as tarifas implementadas ou ameaçadas por Trump afetaram pelo menos US$ 1,8 trilhão em comércio global, impondo taxas de 25% sobre aço e alumínio mundialmente, 25% sobre produtos que não cumprem com o USMCA, e mais 10% sobre importações da China.
Também foi proposta uma tarifa adicional de 25% sobre bens da União Europeia. Em resposta a essas ameaças e apontando para as iniciativas cripto de Trump, um oficial do Banco Central Europeu afirmou no domingo da semana passada que crises financeiras “frequentemente se originam nos Estados Unidos e se espalham pelo resto do mundo”.
O mesmo estudo cita projeções da Bloomberg Economics indicando que o PIB dos EUA pode cair até 0,7% com as tarifas, enquanto a inflação pode subir 0,4%, apesar das alegações de Trump de que essas medidas são voltadas a conter a imigração ilegal e a resolver desequilíbrios comerciais.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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