O mercado de criptomoedas pisa no freio após o rali que levou o Bitcoin (BTC) ao maior nível do ano. Na manhã desta quarta-feira (30), a maior criptomoeda por valor de mercado é negociada com pouca variação (queda de 0,6%), cotada a US$ 47.245 nas últimas 24 horas, mostram dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH), segunda maior criptomoeda, é negociado a US$ 3.406,85, com queda de 1%.
No Brasil, o Bitcoin recua 0,6%, para R$ 226.647, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
A pausa dos investidores de moedas digitais contrasta com o desempenho das bolsas americanas na terça-feira, que subiram em meio aos sinais de avanço das negociações entre Rússia e Ucrânia, apesar dos contínuos combates.
Jeff Dorman, diretor de investimentos da gestora de criptoativos Arca, disse à Bloomberg que, na série histórica, ativos de risco tendem a subir depois de um aumento dos juros pelo Federal Reserve, que elevou as taxas no início do mês.
Mais de US$ 230 milhões em posições vendidas em produtos alavancados em Bitcoin foram liquidadas desde segunda-feira, segundo dados da Coinglass. Alguns analistas acreditam que agora investidores estão prontos para voltar a apostar no mercado de ativos digitais, incentivados por grandes compras de Bitcoin, como o acúmulo de reservas de BTC pela Luna Foundation Guard, de Singapura.
“Existe uma mudança no ambiente macro, pois muitos investidores estão considerando o Bitcoin como sobrecomprado na faixa entre US$ 30 mil e US$ 40 mil”, disse Isaac Tebbs, CEO da CryptoBoost, ao Decrypt via e-mail. “Isso pode estar acontecendo por conta da diminuição no receio em relação à Rússia e covid-19.”
Mas Pratik Gandhi, líder de marketing na Covalent, diz que é muito cedo para celebrar o fim da turbulência. Para ele, o Bitcoin precisaria manter os atuais ganhos por pelo menos mais uma semana para consolidar a tendência.
Entre as maiores criptomoedas, a maioria é negociada em terreno negativo como Binance Coin (-0,1%), XRP (-1,6%), Avalanche (-0,5%), Cardano (-2%), Dogecoin (-1,7%), Polkadot (-0,8%) e Shiba Inu (-0,5%), segundo dados do CoinGecko. Terra (LUNA) vai na contramão, com alta de 3,3%, enquanto Solana mostra pouca variação.
Outros destaques
Evento gratuito: O Portal do Bitcoin promove nesta quarta-feira (30) o Summit, uma série gratuita de debates e palestras online com dicas para captação de investimentos no ecossistema das blockchains. O evento conta com a participação de Chaim Finizola, fundador da Credix, Daniel Cunha, diretor executivo de Desenvolvimento Corporativo do grupo 2TM, e Bruno Diniz, consultor e fundador da Spiralem. Inscreva-se aqui.
Empréstimo garantido por Bitcoin: A MicroStrategy, empresa de software controlada pelo empresário Michael Saylor, fez um empréstimo garantido pela primeira vez por suas alocações em ativos digitais para comprar mais Bitcoin. A Tysons Corner, unidade da MacroStrategy, recebeu um empréstimo de três anos de US$ 205 milhões de uma divisão do Silvergate Bank, disseram as empresas em comunicado na terça-feira. O empréstimo é garantido por US$ 820 milhões em Bitcoin, segundo a Bloomberg.
Caixas cripto no Carrefour: A rede de supermercados irá instalar quatro caixas eletrônicos de criptomoedas no Brasil até o fim deste mês. A informação foi divulgada pela Coin Cloud, operadora desse tipo de máquina que fechou uma parceria com a varejista. A primeira unidade já foi inaugurada no Jardim Pamplona Shopping, em São Paulo.
Contratação na Hashdex: Laurent Kssis deixou a 21Shares para comandar os planos de expansão da gestora de criptoativos Hashdex na Europa. Kssis até então era diretor-gerente e chefe global de produtos negociados em bolsa na 21Shares, onde listou cerca de 25 ETPs de criptomoedas em várias bolsas europeias, de acordo com a Bloomberg. A empresa vai contar com equipes em Londres, Paris, Lisboa e Zug (Suíça).
Robinhood amplia horário: A Robinhood Markets disse que vai estender o horário de negociação das 7h às 20h de Nova York, noticiou o Wall Street Journal. Em comunicado, a empresa disse que está atendendo à demanda de usuários, que migraram para o aplicativo em meio ao maior interesse pelas chamadas ações meme e criptomoedas durante a pandemia. A plataforma tem planos de oferecer negociações 24 horas todos os dias da semana, mas não informou o prazo para tal mudança.
Revolut no Brasil: A empresa britânica de tecnologia financeira, avaliada em US$ 33 bilhões no ano passado, contratou Glauber Mota do Banco BTG Pactual para comandar seu escritório em São Paulo, disse Mota em entrevista à Bloomberg. A Revolut vai estrear no país oferecendo aos brasileiros contas globais que prometem baratear transferências de dinheiro e pagamentos no exterior.
Emissão de El Salvador: Pessoas a par dos planos do governo de El Salvador de emitir US$ 1 bilhão em títulos atrelados a Bitcoin apostam no apelo para grandes investidores do universo cripto, as chamadas baleias, independentemente dos retornos comparativamente baixos e das incertezas em torno da emissão, segundo o Financial Times.
Exchanges
Nova exchange em Dubai: BitOasis, uma exchange de criptomoedas focada no Oriente Médio com sede nos Emirados Árabes Unidos, recebeu aprovação provisória do novo regulador de criptoativos de Dubai, que neste mês promulgou a primeira lei para regular ativos digitais e criou a Autoridade Reguladora de Ativos Virtuais (VARA, na sigla em inglês) para monitorar o setor, noticiou a Reuters.
FTX no Reino Unido: A FTX Europe, o braço recém-criado da exchange FTX, busca se expandir no Reino Unido em meio ao iminente aperto dos reguladores. “Estamos apenas começando as discussões com a FCA (Autoridade de Conduta Financeira)”, disse Patrick Gruhn, chefe da FTX Europe, em entrevista ao CoinDesk na terça-feira. O país estabeleceu o prazo de 31 de março para que empresas de criptomoedas se registrem na FCA.
Regulação, Segurança e CBDCs
Rombo de US$ 600 milhões: A Ronin, blockchain paralela do Ethereum desenvolvida para o game de NFTs Axie Infinity, foi alvo de hackers que roubaram cerca de US$ 600 milhões em criptomoedas de sua “ponte” – software que permite a conversão de tokens para serem usados em outra rede. A desenvolvedora Sky Mavis anunciou que a invasão ocorreu na última quarta-feira (23), mas só foi descoberta na terça (29).
Incerteza sobre DeFi: As finanças descentralizadas, embora devam crescer e se tornar cada vez mais integradas à economia global, não irão substituir o sistema financeiro tradicional, disse na terça-feira a head de inovação e finanças do Fórum Econômico Mundial, Drew Propson. Para ela, as pessoas ainda têm receio sobre questões relacionadas à privacidade das transações em caso de adoção das moedas digitais de bancos centrais, segundo o Valor.
Metaverso, Games e NFTs
Aposta em startups: A 2TM, holding que controla o Mercado Bitcoin, anunciou na terça-feira (29) um investimento na Nano Art Market, que quer lançar um marketplace de NFTs de arte digital. Até agora, a 2TM já investiu US$ 31 milhões, algo em torno de R$ 150 milhões, em 15 diferentes startups. Quatro delas de NFTs, conforme a Veja.
NFTs de Marcelo Bonfá: O baterista da Legião Urbana e artista visual planeja uma exposição online de tokens não fungíveis em abril. Em entrevista ao Portal do Bitcoin, o músico disse que as obras estarão disponíveis tanto em formato digital em alta resolução quanto impressas em metacrilato.
NFT da bofetada: Demorou menos de 24 horas desde o momento em que Will Smith deu uma bofetada em Chris Rock na cerimônia do Oscar para que uma criptomoeda fosse cunhada comemorando o drama. A Will Smith Inu chegou a subir 469% em 24 horas, segundo a Fortune.
Integração: A OpenSea, maior plataforma de negociação de NFTs do mundo, anunciou na terça-feira, 29, a integração com NFTs criadas na blockchain Solana, noticiou a Exame. Um dos maiores concorrentes do Ethereum, o protocolo promete maior rapidez nas transações com menor custo.
Mercado de arte: As vendas internacionais de arte mostraram “forte” recuperação em 2021, após um ano impactado pela pandemia, de acordo com o Art Basel & UBS Global Art Market Report, publicado pelo New York Times. As vendas de NFTs relacionados a obras de arte aumentaram mais de cem vezes em relação ao ano anterior, atingindo US$ 2,6 bilhões, diz o relatório com base em dados da NonFungible.com.
Esportes
Parceria Messi-Socios.com: Lionel Messi assinou um acordo de US$ 20 milhões com a Socios para se tornar o embaixador global da plataforma de fan tokens, disse uma fonte à Reuters. Messi, que joga no Paris-Saint Germain, vai promover a empresa pelos próximos três anos. “Os torcedores merecem ser reconhecidos por seu apoio”, disse Messi em comunicado.