O Bitcoin finalmente acordou, mas para dar um mergulho na manhã desta quinta-feira (17), em meio às vendas de ações europeias e bônus nos mercados globais com a expectativa de juros mais altos nos EUA, cujos índices futuros se recuperam na esteira das perdas da sessão anterior.
Após várias semanas estacionado, o Bitcoin (BTC) tem baixa de 2% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 28.550,21, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC recua 1,6%, para R$ 143.364,36, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) também sente a pressão e perde o patamar dos US$ 1.800, em queda de 1,7% e negociado a US$ 1.790,97.
As principais altcoins acompanham as maiores criptomoedas nesta manhã. O destaque negativo fica por conta da Shiba Inu, que reverte os ganhos na semana e despenca 8% após problemas no lançamento de sua esperada blockchain, a Shibarium.
Solana, cuja rede ganhou uma versão sintética do Bitcoin, opera em leve baixa de 0,9%.
XRP mostra queda de 2,3% nas últimas 24 horas. A Ripple, emissora do token, disse que se opõe ao plano da SEC, a CVM dos EUA, de recorrer da decisão de um tribunal, segundo o qual a criptomoeda não constitui valor mobiliário quando negociada no varejo.
Polygon mostra desvalorização de 1%, apesar da parceria com a SK Telecom para desenvolver projetos no ecossistema da web3.
Entre outras altcoins, Dogecoin (-3,5%), Cardano (-0,5) e Avalanche (-1,3%) são negociadas no vermelho, enquanto Polkadot sobe 0,4%.
Bitcoin hoje
A ata da reunião do banco central dos EUA realizada em julho, quando a taxa de juros foi elevada em 0,25 ponto percentual, mostrou que as autoridades do Federal Reserve ainda viam riscos “significativos” de inflação e podem ter que manter o aperto monetário.
Embora dois membros do comitê tenham defendido uma pausa, a avaliação do Fed contribuiu para reduzir o apetite por risco e levou traders a venderem ações e títulos na quarta-feira (16).
Com isso, fundos alavancados reforçaram apostas baixistas e o Bitcoin chegou a cair para US$ 28.346 na tarde de ontem, a menor cotação desde 21 de junho, mostram dados do CoinDesk. Além disso, parte da queda é puxada por estratégias compradas, ou que apostam na alta dos preços, que respondem por 90% das liquidações.
Em meio às perdas da maior criptomoeda nesta quinta, o cofundador da Fundstrat, Tom Lee, disse à CNBC que o Bitcoin poderia subir para até US$ 180 mil com o lançamento de um fundo de índice de BTC à vista.
Enquanto a SEC não aprova esse tipo de ETF, a gestora Valkyrie entrou com pedido de um fundo de índice de futuros de Ethereum.
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Primeira bolsa de crédito de carbono do mundo
No mercado brasileiro, o destaque foi o lançamento na quarta-feira (16) da primeira bolsa de crédito de carbono do mundo, a B4, cuja expectativa é movimentar R$ 12 bilhões, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.
A plataforma permite a negociação dos créditos referentes a certificados emitidos para empresas que cortaram as emissões de gases de efeito estufa, como um ativo financeiro por meio da tecnologia blockchain.
“Ela não vai ser uma alternativa à B3. Ela vai listar ativos tokenizados (dispositivo que funciona como uma chave eletrônica) e projetos voltados à sustentabilidade”, disse ao jornal Odair Rodrigues, fundador da B4.
Tatá Werneck processa Atlas Quantum
Em um novo capítulo da CPI das Pirâmides Financeiras, a atriz Tatá Werneck entrou com um processo contra a Atlas Quantum, empresa liderada pelo empresário Rodrigo Marques dos Santos e que prometia rendimentos de 5% ao mês com arbitragem de Bitcoin. O negócio ruiu em 2019, lesando vários clientes após o sumiço de 15 mil BTC (R$ 2,1 bilhões na cotação atual).
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, a atriz alega que, “sem o seu conhecimento, a empresa usava sua imagem nas redes sociais para dar credibilidade aos negócios, cinco anos após o fim do contrato que a atriz teve como garota propaganda da marca”.
Por meio de liminar, a atriz também pede que a Meta, dona do Facebook, retire as peças de circulação. O portal F5 da Folha teve acesso à ação, que corre no 1º Juizado Especial Cível da Barra da Tijuca.
Outros destaques das criptomoedas
Bilhões de dólares em criptomoedas foram roubados por meio do chamado golpe do “abate de porcos”, onde pessoas são seduzidas e levadas a transferir dinheiro aos criminosos. Mas dados de um novo livro publicados pela Bloomberg Businessweek mostram que, desta vez, os próprios golpistas são vítimas de tráfico humano no sudeste da Ásia.
No Camboja, trabalhadores são presos em prédios e forçados a enviar spam a ocidentais sob ameaças de tortura ou morte, de acordo com trecho da obra “Number Go Up: Inside Crypto’s Wild Rise and Staggering Fall” (A Selvagem Ascensão e Impressionante Queda das Criptomoedas, em tradução livre), de Zeke Faux.
Enquanto isso, hackers da Coreia do Norte seguem em ação, tendo roubado pelo menos US$ 180 milhões em criptomoedas nos primeiros seis meses deste ano, de acordo com números da agência nacional de inteligência sul-coreana divulgados pelo The Block e pelo Asia Today nesta quinta-feira (17). A organização de hackers norte-coreana Lazarus Group está entre os suspeitos mais procurados em vários hacks relacionados à indústria cripto.
Em Dubai, o governo multou Su Zhu e Kyle Davies, fundadores do hedge fund cripto Three Arrows Capital que colapsou no ano passado, por irregularidades na operação de sua nova exchange, a OPNX.
Segundo a Bloomberg, a Autoridade Reguladora de Ativos Virtuais aplicou uma multa de US$ 2,7 milhões em maio, que ainda não foi paga. O regulador disse que as multas de US$ 54.451 para Su Zhu e Kyle Davies, juntamente com o cofundador da OPNX, Mark Lamb, e a diretora-presidente, Leslie Lamb, por falhas no cumprimento das regras de marketing, publicidade e promoções, já foram pagas.
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