Um homem chamado Deependra Bhusal foi sentenciado nos EUA a 46 meses (pouco menos de quatro anos) de prisão federal por seu envolvimento em um grupo de lavagem de dinheiro com criptomoedas no Distrito Leste do estado americano do Texas.
De acordo com um comunicado de imprensa publicado na quarta-feira (6) pelo Departamento de Justiça (ou DOJ, na sigla em inglês), Bhusal estava, há muitos anos, envolvido em uma conspiração que lavava fundos provenientes de inúmeros esquemas.
A tarefa específica de Bhusal era abrir contas bancárias e caixas de correio que, na sequência, eram usados para transacionar fundos roubados de vítimas desses esquemas. Bhusal também era responsável por interagir com transações subsequentes feitas para esconder a natureza e origem dos fundos ilícitos.
Bhusal rotineiramente estruturou essas transações em quantias abaixo de US$ 10 mil para evitar requisitos de registro e chamou a atenção de reguladores e agências de segurança pública.
O DOJ alegou que Bhusal foi “pessoalmente responsável” por lavar mais de US$ 1,4 milhão em fundos provenientes de crimes.
Os cúmplices de Bhusal
Bhusal não agiu sozinho — havia dois cúmplices na conspiração.
Em 10 de março de 2022, Lois Boyd, 75, e Manik Mehtani, 33 (ambos do estado da Virgínia) foram mencionados em uma denúncia que os acusava de lavagem de dinheiro, conspiração por lavagem de dinheiro e violação da “Travel Act” (ou “Lei de Viagem”, em tradução livre) — um estatuto criminal americano que proíbe o uso do correio do país para a execução de atividades criminais.
Embora Bhusal vá enfrentar pouco menos de quatro anos de prisão, seus conspiradores poderão receber sentenças bem mais rígidas.
Tanto Boyd como Mehtani podem ser condenados a até 20 anos de prisão.
É importante destacar que uma denúncia de “grand jury” — grupo de pessoas que decidem se uma pessoa acusada de um crime deve ser julgada em um tribunal dos EUA — não é prova de culpa. “Um réu é considerado inocente até que se prove o contrário por uma dúvida razoável em um tribunal de justiça”, acrescentou o DOJ.
Criptomoedas e o crime organizado
O caso de Bhusal faz parte da operação da Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado e às Drogas (ou OCDETF) que, recentemente, reprimiu outros crimes relacionados a criptomoedas.
Na segunda-feira (4), promotores federais em Miami confiscaram US$ 34 milhões em criptomoedas no que foi descrita como “uma das maiores ações de confisco de criptomoedas já registradas nos Estados Unidos”.
“De acordo com o DOJ, autoridades identificaram um residente no Sul da Flórida que “arrecadou milhões” ao vender, na dark web, informações roubadas de contas de serviços como Netflix, HBO e Uber.
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.