Halving completa 100 dias; para onde vai o Bitcoin agora?

Em 20 de abril deste ano a blockchain do Bitcoin cortou 50% das recompensas de mineração – mas desde então o BTC subiu apenas 8,9%
Moedas ouradas de Bitcoin à frente de gráfico de preço

Shutterstock

Há 100 dias o mercado cripto acompanhava o 4º halving do Bitcoin, que ocorreu no dia 20 de abril deste ano, quando a recompensa paga aos mineradores foi reduzida de 6,25 BTC para 3,125 BTC.

O halving, que acontece a cada quatro anos, é um corte programado na produção de novas moedas que foi estabelecido no lançamento do Bitcoin e é um dos pilares fundamentais na sua criação.

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Desde o último halving, no entanto, o preço do BTC mudou pouco – da faixa de US$ 64 mil para os atuais US$ 68 mil, cerca de 8,9%. Mas dados históricos mostram que o impacto do evento começa a entrar em vigor após 100 dias, se tornando cada vez mais significativo até cerca de 400 dias após o evento.

Para Rony Szuster, analista de mercado do MB, este novo ciclo pós-halving tende a ser “um pouquinho diferente” devido a um conjunto de fatores que não coincidiu com ciclos anteriores – 2012, 2016 e 2020.

Ele cita a questão de juros mais altos nos EUA, os recentes ETFs de Bitcoin e de Ethereum e a própria questão eleitoral, que segundo ele, “estão impactando bastante o preço”.

“Mas acredito que o principal ponto é essa tendência de valorização a longo prazo. Quanto mais distante for o horizonte de avaliação, mais evidente ela se torna,” ressalta.

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Szuster afirma ser difícil tirar essa conclusão com apenas 100 dias após o halving. “Eu poderia dizer que 300 dias depois, mais ou menos no início do ano que vem, provavelmente vamos estar um valor do Bitcoin duas vezes maior do que estava antes”.

Mas ele explica que isso depende de outras questões, como as eleições norte-americanas, bem como o cenário macroeconômico. “Nada é só baseado no halving”, explica. “De modo geral, esse choque de oferta demora um pouco para chegar.”

Também pela manhã, em uma publicação sobre o assunto, o chefe de pesquisa do ETC Group, Andre Dragosch, comentou: “O mercado tende a ter memória curta, mas o déficit de oferta induzido pelo halving deve começar a surtir efeito a partir de agora”.

Assim como Szuster, Dragosch chegou a essa conclusão após analisar os dados de desempenho dos três having anteriores.

História do halving é ‘bullish’

Mas vale lembrar que duas coisas são certas no mundo das criptomoedas: halvings são bullish (eventos otimistas que geram altas), mas com frequência sucedidos por um inverno cripto, ou seja, período de baixa.

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Historicamente, o halving tem sido visto como otimista para os detentores de longo prazo, que aproveitaram ganhos de cerca de 3.230% um ano após cada evento, de acordo com o Coingecko.

Porém, logo após esse pico, o preço do Bitcoin geralmente passa por uma correção significativa de queda, mergulhando no que é frequentemente chamado de inverno cripto, com seu preço caindo em média mais de 80%.

Em termos gerais, o hype do halving tende a durar cerca de um ano, seguido por uma grande correção no ano seguinte, geradas principalmente pela realização de lucros dos investidores que mantiveram suas posições por um longo período.

Em uma entrevista para a Bloomberg em 2022, o fundador e presidente da MicroStrategy, Michael Saylor, provavelmente o mais proeminente bitcoiner de Wall Street, declarou:

“Se você for investir em Bitcoin, um horizonte de tempo curto é de quatro anos, um horizonte de tempo [médio] é de dez anos. O horizonte de tempo certo é para sempre”.

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