Governo dos EUA movimenta 50 mil Bitcoins e gera receio de baque no preço da criptomoeda

Parte do valor equivalente a R$ 5,5 bilhões foi apreendido no caso do mercado ilegal Silk Road; Coinbase é destino de uma fração dos tokens
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Foto: Shutterstock

As contas das empresas de análise on-chain Glassnode e Peckshield no Twitter revelaram que, entre a noite de terça-feira (07) e a madrugada desta quarta (08), cerca de 49 mil unidades de Bitcoin (BTC) foram movimentadas pelo governo dos EUA.

Parte do montante – cuja cotação atual é de mais de US$ 1 bilhão, ou cerca de R$ 5,5 bilhões – foi provavelmente movido internamente; a outra parte teria sido enviada para um endereço da Coinbase.

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A grande movimentação pode ser tanto uma reorganização dos BTCs apreendidos de criminosos pelas autoridades americanas quanto um possível sinal de venda, gerando temor de que um eventual despejo desses ativos no mercado via leilão pudesse afetar o mercado cripto. Mas ainda há clareza sobre os motivos da movimentação.

Conforme a publicação da Glassnode, que compartilhou um documento oficial com dados dos ativos em questão, as carteiras estão realmente associadas a apreensões de autoridades do governo dos EUA, destacando que 9.825 BTCs movimentados para a Coinbase são parte do montante apreendido no caso Silk Road, um esquema de marketplace ilegal pela deep web que culminou na prisão perpétua do seu criador, Ross Ulbricht.

Approximately 40k $BTC from wallets associated with US Government law enforcement seizures are on the move.

Of these, the majority appear to be internal transfers (so far), however approximately 9,861 $BTC seized from the Silk Road hacker have been sent to our Coinbase cluster. pic.twitter.com/afuEYcV18L

— glassnode (@glassnode) March 7, 2023

O tweet da PeckShield detalha a movimentação das carteiras, cuja soma das transferências totaliza 48.998 BTCs, os cerca de US$ 1 bilhão. Em outra postagem, a empresa de segurança em blockchain também detalhou parte do documento do governo americano, destacando que “aproximadamente 51.351,9 BTCs da Silk Road foram apreendidos como produto do crime em novembro de 2021 e março de 2022 e consolidados em 2 endereços”.

#PeckShieldAlert 49k $BTC (worth $1 Billion) from wallets related to US Government law enforcement seizures have been transferred to #Coinbase (~9.8k $BTC, worth $217M), bc1qf2…fsv (30k $BTC) & bc1qe7…rdg (9k $BTC) #SilkRoad pic.twitter.com/4MzlvDzkut

— PeckShieldAlert (@PeckShieldAlert) March 8, 2023

Nos últimos anos, autoridades do mundo inteiro se capacitaram para entender o funcionamento das criptomoedas para poderem ter as ferramentas necessárias para a apreensão de ativos oriundos de crimes. Os EUA, por meio do FBI, é um dos países que mais monitoram crimes dessa natureza.

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Os Bitcoins apreendidos geralmente são vendidos em leilões públicos conduzidos ou pela Administração de Serviços Gerais (GSA) ou pela US Marshals Service, um dos escritórios que compõem o Departamento de Justiça (DOJ).

Foram vários leilões nos últimos anos, sendo o mais conhecido até hoje o que teve como licitante o empresário Tim Draper, em 2014, que arrematou todo o estoque de 30 mil BTCs pagando apenas US$ 650 em cada unidade.