Imagem da matéria: Governo dos EUA acusa dois brasileiros de fraude de US$ 62 milhões com criptomoedas
Emerson Pires (esquerda) e Luiz Capuci Júnior (direita) são acusados de aplicar golpe através da Mining Capital Coin (Imagem: Reprodução)

Uma dupla de brasileiros estão sendo processados pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) por aplicar um golpe global que deu um prejuízo de US$ 62 milhões a investidores de criptomoedas.

Os alvos das acusações são os fundadores da empresa Mining Capital Coin, Luiz Carlos Capuci Júnior (CEO) e Emerson Souza Pires.

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 As acusações de fraude também miram outras duas empresas de Capuci: CPTLCoin e Bitchain Exchanges, nas quais eram oferecidos os pacotes fraudulentos de investimento de mineração.

De acordo com a investigação da SEC publicada na sexta-feira (6), a dupla de brasileiros incentivou mais de 65,5 mil investidores em todo o mundo a comprar pacotes de investimentos prometendo retornos diários de 1%, pagos semanalmente, em até 52 semanas. 

Eles também prometiam pagar bônus para investidores que trouxessem mais pessoas para a empresa, uma estratégia de marketing multinível comum de pirâmides financeiras.

A empresa afirmava que esses rendimentos representavam as participações nos lucros gerados com a mineração de criptomoedas, negociação de ações e trade de criptomoedas com arbitragem.

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Na realidade, Capuci e Pires não usavam os fundos de investidores para mineração e trade como prometido, mas desviavam as quantias para carteiras de criptomoedas sob seus controles.

Quando a empresa começou a captar clientes em janeiro de 2018, prometia passar os rendimentos em forma de Bitcoin (BTC). Porém, pouco tempo depois, obrigou os clientes a receber apenas através do próprio token da empresa, chamado Capital Coin (CPTL).

A fraude ficou clara quando os clientes tentaram sacar os rendimentos antes que o contrato do pacote de um ano expirasse. A única plataforma que permitia a venda de CPTL no mercado era a própria exchange do grupo, a Bitchain, que parou de permitir a liquidação da moeda por supostos erros de operação.

Para não perder todo o investimento, os clientes foram obrigados a reinvestir no esquema comprando outro pacote de mineração.

Vida de luxo dos brasileiros

De acordo com a chefe da unidade de criptomoedas e cibernética da SEC, Kristina Littman, a dupla de brasileiros que moram na Flórida, aproveitou todas as oportunidades para extrair mais dinheiro de investidores ​​com falsas promessas de retornos. 

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“Eles usaram fundos de investidores arrecadados com esse esquema fraudulento para financiar um estilo de vida luxuoso, incluindo a compra de Lamborghinis, iates e imóveis”, afirmou a reguladora.

Além dos pacotes de investimento, os golpistas também vendiam robôs de trading,  supostamente criados pelos melhores desenvolvedores de software da Ásia, Rússia e EUA.

O Departamento de Justiça dos EUA estima que a dupla conseguiu arrecadar US$ 62 milhões através dos esquemas.

Para tentar recuperar parte desse dinheiro, o tribunal do Distrito Sul da Flórida emitiu uma ordem de restrição temporária e congelamento dos bens contra todos os réus envolvidos no golpe.

A investigação em andamento acusa os brasileiros de violar as disposições de registro e antifraude da SEC. Os reguladores americanos vão brigar na Justiça para que a dupla devolva os ganhos ilícitos e sofra as penalidades civis por orquestrar o esquema criminoso.

“Como em qualquer mercado emergente, aqueles que investem em criptomoedas devem tomar cuidado com as oportunidades de lucro que parecem boas demais para ser verdade”, alertou o procurador Juan Antonio Gonzalez, do Distrito Sul da Flórida.

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Se condenado por todas as acusações que é alvo (fraude eletrônica, fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro internacional), Capuci pode pegar até 45 anos de prisão.  

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