Foi preso nesta semana Marcel Mafra Bicalho, um dos maiores golpistas do Brasil que chegou a arrecadar R$ 1 bilhão com pirâmides financeiras onde ele usava o bitcoin para atrair as vitimas. Ele foi detido pela Polícia Civil de Minas Gerais em uma pousada em Porto Seguro, litoral da Bahia, segundo reportagem do Fantástico, da Globo, no domingo (18).
Bicalho, que usava nome falso (Marcelo Mattos), criou vários esquemas disfarçados de marketing multinível. Ele usava como atrativo o bitcoin, o ouro e investimentos em moeda estrangeira. Na internet, “ganhou fama de multiplicador de dinheiro”, diz a matéria.
“Ele prometia o lucro de 100% no primeiro mês e assim progressivamente até o lucro de 500% no final de seis meses”, disse o delegado Márcio Dias à reportagem.
Em grupos de bate-papo criados especificamente para os negócios, vários cúmplices davam garantia ao esquema de Bicalho. A polícia, inclusive, tenta identificá-los. Em um áudio, um deles disse o seguinte:
“Ele já trabalha com isso a oito anos. Nós temos todo tipo de clientela e sempre cumprimos com todos”.
“Esses captadores eram pra dar certeza do trabalho do Marcel, que era um trabalho sério, que ele tinha uma equipe grande de funcionários”, disse o delegado.
Perdeu R$ 7 milhões
Um cliente de ‘Marcelo Mattos’ revelou que quando o investimento era acima de R$ 1 milhão o golpista ia fechar o negócio pessoalmente.
“Inclusive a gente ficou das 9h da manhã até 13h”, disse um cliente que não quis se identificar.
Ele conta que Bicalho chegou a depositar R$ 500 mil em sua conta e por isso, vendo que o negócio estava indo bem, ele reinvestiu. No entanto, no final perdeu tudo. “Zero. Nenhum real no bolso”, afirmou na reportagem da Globo
Investiu dinheiro da família
O empresário Solismar Lopes, que investiu cerca de R$ 500 mil do dinheiro da família, disse que Bicalho foi fechar o negócio na sua casa.
“Eu comecei a vender o que tinha, meu e da minha família, e fazer investimento com ele, disse à reportagem.
Ao saber que Bicalho tinha sido preso, Lopes, que chegou a vender duas carretas para investir na pirâmide, disse que o momento passa a ser de felicidade, pela angústia que passou.
Prisão na Globo
Marcel Bicalho estava morando em uma pousada que alugou só para ele e sua equipe. De acordo com o Fantástico, ele pagava em torno de R$ 30 mil por mês de aluguel.
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Durante a prisão de Marcel na pousada, que era cercada por câmeras de segurança, foi encontrado uma carro de luxo de valor aproximado de R$ 450 mil. Bicalho negou ter praticado tais crimes.
“Eu não beneficiei com nada não”, disse ele à polícia.
Sobre o nome falso, ele revelou usá-lo como uma forma de se proteger por movimentar uma grande quantidade de dinheiro.
A defesa de Marcel vai pedir soltura do cliente. O advogado Rafael Bernardes acredita que o detido precisa da liberdade para que ele “possa, eventualmente, ressarcir aos investidores que por ventura se sentiram lesados”.
CVM alertou
Na reportagem, o superintendente de proteção a investidores da Comissão de Valores Mobiliários, José Alexandre Vasco comentou:
“Se 95% das pessoas que caem em golpes financeiros tivessem acessado o site da CVM e consultado se aquela pessoa tem uma autorização para oferecer investimentos, essas pessoas não teriam caído em golpes”.
Justiça bloqueou
Em maio deste ano, uma das empresas de Bicalho, a FX BTC investimentos, teve os bens bloqueados pela Justiça do Distrito Federal.
De acordo com os autos, seis investidores haviam firmado “contrato de prestação de serviços de assessoria e interveniência em corretoras de valores” com o golpista.
Já no site da ‘Mattos Investing’, a plataforma dizia que os investimentos eram aplicados no mercado de criptomoedas (bitcoin), ouro, prata e câmbio de moeda estrangeira.
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