O Banco Maré, fintech do Rio de Janeiro que possui sistema baseado em blockchain, quer criar a ‘Bolsa de Valores da Maré’, corretora de valores para que pessoas físicas e investidores institucionais possam comprar ações de empresas de tecnologia de impacto social.
O projeto prevê que todas as operações sejam realizadas por meio de blockchain — as ações seriam emitidas na forma de tokens e registradas de forma digital, segundo artigo do Valor Econômico.
Para isso, a instituição já consultou, informalmente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na intenção de obter um feedback sobre seu o projeto.
Batizado de [BVM]12, o projeto foi inspirado na corretora americana Robinhood, que não cobra taxa pela compra e venda de ações e atrai os jovens de baixa renda dos EUA.
Vale Lembrar que a instituição, cuja sede fica no Complexo da Maré, possui uma moeda digital própria, a Palafita, que eles chamam de moeda social e é reconhecida pelo Banco Central.
Com o projeto, a fintech quer que qualquer um possa investir de forma direta em startups que unem lucro a soluções para problemas da população de baixa renda.
Se conseguir a abertura da ‘Bolsa de Valores do Maré’, a meta é atingir dez mil investidores em um ano, diz o site.
Segundo o jornal, o projeto conta com apoio do consórcio de blockchain R3, da aceleradora de negócios de impacto social Artemísia e do escritório de advocacia Vieira Resende.
Bolsa na Favela
Alexander Albuquerque, CEO do Banco Maré e idealizador do projeto, contou ao Valor sobre as dificuldades em conseguir apoio.
“É uma dor conseguir investimento na favela. Grandes fundos de investimento querem saber o que as startups estão fazendo, mas quando descobrem que elas atuam nas regiões mais perigosas da América Latina, já não querem mais”, desabafou.
De acordo com o Valor, tem crescido no Brasil o número de fundos que investem em projetos de impacto social. Contudo, a bolsa quer deixar de lado a cultura da doação e atrair, de fato, investidores com foco nos problemas sociais.
Startups têm interesse
Conforme o artigo, já há startups interessadas em abrir capital na ‘Bolsa da Maré’. são elas: SmartSíndico, gestora de condomínios; Taqe, app de vagas de emprego; Redação Online, uma plataforma de educação.
Porém, emitir ações na B3 seria algo ainda muito distante. Contudo, ter um bom portfólio e cruzar os dedos para que ações do Banco Central facilitem a entrada de fundos — principalmente estrageiro — já seria um com começo.
“Queremos democratizar o investimento de risco e trazer o público de baixa renda para a bolsa”, disse Albuquerque.
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