A Fiesp realizou na última terça-feira (20) o lançamento da cartilha Tecnologia Blockchain, material que explica em linguagem não técnica como funciona o sistema base de todo o ecossistema de criptomoedas.
A cartilha tem 140 páginas e aponta oportunidades no uso da blockchain em 12 setores diferentes: agro, alimentos, construção civil elétrica e eletrônica, metalomecânica e metalúrgica, móveis e madeira, papel e celulose, mineração, petroquímica e química, saúde, têxtil, calçados e vestuário e tecnologia da informação.
“A tecnologia blockchain, por exemplo, permite a troca segura e transparente de dados, abrindo novos canais de receita e otimizando processos de negócios. Alavancar essa tecnologia pode resultar em inúmeras eficiências, graças à sua capacidade de automatizar e auditar os fluxos de trabalho de forma eficaz e confiável”, afirma a cartilha sobre os benefícios que a indústria pode ter com a tecnologia.
Renan Cruvinel, diretor do Departamento Jurídico da Fiesp, ressaltou no evento que além dos ganhos de monetização, a blockchain pode implicar em uma redução de custos e um ganho de eficiência. Outra vantagem é a descentralização, uma vez que o arquivo de dados não é alimentado apenas por um servidor.
Um dos autores da cartilha sobre blockchain, Daniel Matos, doutorando em Direito pela Mackenzie e em Economia pela FGV, explicou que o conteúdo do documento sintetiza a informação, sem o tecnicismo.
“A gente usou uma linguagem do dia a dia. A linguagem técnica é uma barreira e a cartilha passa por 12 macro setores. Falamos sobre os desafios de cada setor e os benefícios que podem ser colhidos com o uso da tecnologia. É uma tecnologia recente, mas que vem avançando. Para quem conseguir aderir, acredito que possa ter benefícios, melhorando a eficiência do negócio”, afirmou Daniel.
Regulamentação da blockchain no Brasil
A Lei 14.478/2022, sancionada em dezembro, criou as bases legais de regulamentação do mercado cripto brasileiro. O Poder Executivo já apontou o Banco Central como regulador e agora o BC está em processo de consultas públicas para criar as normas do setor.
Esse cenário regulatório foi abordado no evento por Flávio Unes, diretor titular do Departamento Jurídico da Fiesp. O executivo crê que “se houvesse agora uma regulamentação, de forma precipitada, poderia atrapalhar o avanço tecnológico”.
Porém, o chefe do Departamento Jurídico da Fiesp acredita que a tecnologia blockchain irá fazer parte da rotina das economias e que alguns pontos legais terão que ser resolvidos. “A blockchain vai estar presente em quase tudo o que vamos fazer. Como saber se o médico tem informações sobre suas vacinas, seus exames? Isso tudo pode estar numa blockchain. Existe até uma dúvida se empresas poderiam monetizar estes dados para outras empresas que produzem medicamentos ou máquinas para centros cirúrgicos, por exemplo”.
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