A corretora de criptomoedas Criptohub, baseada em Jundiaí, no interior de São Paulo, está há mais de 48 horas fora do ar. Não se sabe se os responsáveis foram apenas curtir o Carnaval sem se importar com os clientes nem se a plataforma será restabelecida.
O último comunicado foi feito pelo Facebook na noite de sexta-feira (21) e informa: “Estamos atualizando o nosso servidor, alguns usuários poderão sofrer alguma instabilidade na plataforma. Voltaremos com mais informações assim que normalizar”.
No grupo do Telegram da empresa, não é mais possível enviar mensagens. O sistema bloqueia qualquer pergunta. O último recado é de ontem às 17h, da própria Criptohub. Mesmo em dezembro já havia desconfiança em relação aos administradores da empresa que, segundo os usuários, não se manifestavam mais.
A reportagem tentou contato por telefone com Ramon Vailatti, o criador da empresa; e com Glauco Gobatto, o responsável pelo marketing, mas não obteve resposta.
Por email, um dos clientes da empresa disse ao Portal do Bitcoin temer que se tratasse de um exit scam. Os comentários no Facebook são desoladores: “Estão vivos?”, perguntou um cliente.
No final de novembro de 2019, a plataforma também teve problema mas retornou ao ar. Agora até mesmo o site da corretora está fora.
Criptohub e problemas
A empresa surgiu em 2018, quando fez um ICO que pode ter levantado milhões de reais. Na época, Vailatti e sua equipe promoveram uma campanha agressiva de marketing. Prometiam diversos produtos quando a empresa fosse lançada, tentando passar a imagem de que seriam a Binance brasileira. Não chegaram nem perto.
A realidade demonstrou algo pior — bem pior. Mesmo levantando fundos com a venda de 30 milhões de tokens, a empresa comprou a plataforma da Draglet, um dos piores sistemas white label para exchanges, que mais tarde foi trocado.
Até mesmo o lançamento do sistema atrasou. Como era de se esperar, o Criptohub Coin (CHBR), um ERC20, nunca foi listado em nenhuma exchange relevante. O valor atual do token é zero, de acordo com o Ether Scan.