Bob Iger, ex-CEO da Disney, insinuou as ambições da empresa em relação ao metaverso enquanto previa uma “explosão” no setor de tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês).
Em entrevista à jornalista Kara Swisher no podcast Sway, do New York Times, Iger comparou NFTs aos cards de beisebol que ele colecionava quando criança.
“Esquecemos, em nossa geração, que as coisas não precisam ser físicas”, disse.
“Podem ser digitais e têm significado para as pessoas. E contanto que esse significado possa ser basicamente comprovado em uma blockchain, acredito que você verá uma explosão de coisas sendo criadas, negociadas e colecionadas em NFTs.”
Iger destacou que a Disney já se envolveu no setor NFT, destacando que a empresa “fez alguns licenciamentos” de sua propriedade intelectual como NFTs.
A empresa firmou uma parceria com a plataforma de colecionáveis digitais Veve para lançar NFTs com personagens populares da Disney e Marvel.
“Quando você pensa sobre todos os direitos autorais e marcas registradas, personagens que a Disney tem e as possibilidades dos NFTs… São extraordinários”, afirmou.
Como esperado, dado o pulso firme da Disney sobre seus direitos autorais, Iger estava preocupado com o nível de violação de propriedade intelectual no setor NFT.
“Eu acessei uma plataforma chamada OpenSea, que é uma plataforma para comprar e negociar de NFTs”, disse Iger. “Eu fiquei empolgado com o tanto de coisa da Disney que tinha lá – e grande parte era pirateada. Muitos [NFTs] não foram criados por pessoas que tinham o direito de criá-los.”
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Disney e o metaverso
Iger também indicou as ambições de sua antiga empresa no setor de metaverso enquanto alertou sobre os riscos do “comportamento tóxico” na internet de última geração.
“Muito foi dito e criticado sobre o comportamento tóxico na Internet 2.0 – Twitter, Facebook… Você escolhe”, disse Iger, argumentando que no ambiente mais “atrativo e imersivo” do mundo virtual contínuo do metaverso, os piores tipos de comportamento tóxico podem acontecer.
“Acredito que algo que a Disney terá de considerar conforme conversa sobre criar um metaverso para si é moderar e monitorar comportamentos”, acrescentou, notando que pensa em “contar aos meus filhos que devem começar a criar ferramentas tecnológicas para moderar comportamentos na Internet 3.0”.
Apesar de sua preocupação com os riscos apresentados pelo metaverso, Iger estava otimista sobre suas possibilidades, argumentando que a próxima geração da internet “definitivamente será mais atrativa na experiência, certamente mais imersiva e mais dimensional”.
“Eu não acredito que haverá [apenas] um metaverso”, acrescentou. “Falo sobre democratização. Será disperso. Você pode ter um avatar, mas você irá para todos os lugares. E acredito que isso provavelmente será desenvolvido em algo real, como uma experiência.”
Nos últimos meses, uma longa lista de empresas investiu no metaverso. Sem dúvidas, a “corrida do ouro” começou com a reformulação do Facebook para Meta, parte da ambição do CEO Mark Zuckerberg em reposicionar a empresa como um negócio “focado no metaverso”.
Desde então, a Microsoft considerou sua aquisição de US$ 69 bilhões da Activision Blizzard como uma oportunidade de desenvolver “alicerces” para o metaverso enquanto todos, desde o Warner Music a Samsung, revelarem planos para a realização de eventos no metaverso.
Até o Walmart enviou solicitações de marca registrada de metaverso relacionadas a cripto e NFTs.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.