Erro em atualização do Polygon obriga Binance a suspender saques de MATIC; entenda

Segundo a corretora, o Polygon está instável desde a semana passada, quando uma atualização deu errado e tirou a rede do ar por oito horas
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Foto: Shutterstock

A Binance anunciou nesta terça-feira (15) que precisou interromper de forma temporária todos os saques e depósitos de MATIC na sua plataforma.

Na última quinta-feira (10), a blockchain do Polygon ficou oito horas fora do ar após uma atualização dar errado e interromper a produção de novos blocos.

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Uma correção temporária foi implementada no mesmo dia para restaurar o funcionamento da rede, mas o problema continua afetando participantes do mercado.

De acordo com a nota da corretora, o principal motivo que a levou a interromper as operações é a instabilidade que a rede do Polygon apresenta desde que sua atualização deu errado.

“A Polygon começou a apresentar problemas em toda a rede. Como resultado, os depósitos e saques na Binance através da rede foram temporariamente parados. A Binance está em contato com o Polygon e está ajudando a resolver a situação”, diz o comunicado.

A corretora não deu uma previsão de quanto os saques e depósitos voltarão a ser permitidos na plataforma, mas garantiu que isso vai acontecer assim que o Polygon voltar a ser considerado estável.

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Enquanto a Binance afirma que a rede ainda está apresentando problemas, a equipe do Polygon tenta amenizar a situação no Twitter. 

“A rede Polygon PoS é estável e está funcionando bem. Todos os fundos estão seguros. A Binance está atualizando seus nodes e atualmente sincronizando os dados do bloco, portanto, eles pausaram o depósito e saque”, afirmou o tuíte.

O que está acontecendo com o Polygon?

Quando o Polygon passava por uma atualização técnica na semana passada, um bug presente no novo código inserido afetou o consenso da rede e fez com que os validadores estivessem em diferentes versões da cadeia, não atingindo 2/3 do consenso e interrompendo a produção de novos blocos.

O fundador do Polygon, Mihailo Bjelic, explicou ao The Block que a rede possui dois sistemas de prova de participação (PoS): Heimdall, a camada de consenso, baseada no Cosmos SDK/Tendermint; e Bor, a camada de produção de blocos, baseada em Geth.

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Segundo ele, uma “pequena atualização” na camada Bor levou a camada Heimdall a travar e parar de produzir blocos.

Oito horas depois do problema ser identificado, os desenvolvedores Polygon conseguiram introduzir uma correção temporária para que a rede voltasse a funcionar.

O Polygon Bridge, um canal de cadeia cruzada entre o Polygon e Ethereum, permaneceu fora do ar e só voltou ao normal no dia seguinte, quando uma correção definitiva foi implementada.  

Rede instável

Problemas com o bem-estar da rede não são novidades para os desenvolvedores do Polygon. Em outubro do ano passado, foi descoberto que sua blockchain tinha uma vulnerabilidade que colocava US$ 850 milhões em criptomoedas em risco.

Dois meses depois, um outro problema, muito mais grave, foi encontrado no Polygon. Dessa vez, o capital que poderia ser roubado era praticamente todo MATIC que havia contrato gênesis, uma quantia que superava US$ 20 bilhões.

Na madrugada do dia 5 de dezembro, a equipe do Polygon descobriu o bug e, de forma silenciosa, orquestrou um hard fork sem comunicar os membros da comunidade.

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Um hard fork é uma atualização complexa na qual uma blockchain é bifurcada para que uma melhoria seja inserida no código ou algum problema resolvido. 

Não à toa, a comunidade cripto ficou incomodada por uma atualização dessa magnitude acontecer sem nenhuma transparência. Na época, o principal nome do Polygon, Mihailo Bjelic, tentava acalmar os usuários, se limitando a dizer que uma vulnerabilidade havia sido encontrada e corrigida.

Ele chegou a afirmar que nenhum dinheiro havia sido roubado, o que mais tarde se revelou não ser verdade. 

Levou praticamente um mês para que os investidores recebessem qualquer tipo de esclarecimento e descobrir que, embora a rede estivesse segura após o hard fork, um hacker malicioso conseguiu se aproveitar da vulnerabilidade e roubar 801.601 MATIC, o que era equivalente a US$ 2 milhões na época.