Imagem da matéria: Entenda a mineração do Bitcoin

A blockchain do Bitcoin nada mais é do que um ”balanço  de pagamentos” contendo o saldo atualizado de quantas moedas existem em cada uma das carteiras já criadas. Efetuar um pagamento em Bitcoins nada mais é do que propagar ao longo dos nós da rede descentralizada que integra o protocolo a informação de que 1 Bitcoin está saindo da carteira da Alice e indo para a carteira do Bob. Assim, se antes Alice tinha 2 Bitcoins e Bob tinha 0, a partir do momento do  pagamento em que o pagamento é confirmado, todos os balanços serão progressivamente alterados e atualizados, passando a contabilizar 1 Bitcoin na carteira de Alice e 1 Bitcoin na carteira de Bob. Como o sistema é distribuído e transparente, qualquer usuário pode ter esse arquivo sincronizado em tempo real com a cópia dos demais.

O consenso em torno dessa sincronia é mantido pelo processo de “mineração”, em alusão à curva de geração dos bitcoins ao longo do tempo – inspirada na de metais preciosos como o ouro. Para que a atualização do balanço público de transações esteja acessível a qualquer pessoa e, ao mesmo tempo, a rede permaneça resistente a agentes maliciosos que queiram fraudá-lo (adicionando transações falsas em suas próprias carteiras, por exemplo, para que tenham mais Bitcoins) a mineração é necessária. Isso porque o processo consiste em uma disputa arbitrária que envolve todos aqueles que ligam suas máquinas à rede na condição de mineradores. Todos eles estão disputando computacionalmente (isso é: chutando números a uma velocidade enorme de tentativas por segundo) para ver quem encontra primeiro a solução (o primeiro número dentre os chutados por todos que se adequa à inequação matemática da vez) para um desafio matemático que demanda muito de um computador.

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O primeiro minerador a encontrar essa solução fica responsável por adicionar ao livro público contendo o balanço de cada carteira existente  (blockchain) todas as transações que foram propagadas a seu nó da rede nos últimos 10 minutos, em média. Feita essa adição, o sistema irá identificá-la como válida, por ter sido feita pelo minerador que efetivamente resolveu o último desafio, e todas as novas informações serão transmitidas aos demais nós, fazendo com que todos os usuários enxerguem as novas transações como válidas em seus respectivos balanços, mantendo o consenso. Pelo trabalho, ele irá receber os novos Bitcoins gerados naquele momento, sendo feita assim a entrada deles na rede.

Caso um grande player detenha 40% do poder de processamento da rede, direcionando-o a fraudar o balanço de transações em benefício próprio, probabilisticamente, não seria possível na prática resolver os desafios matemáticos sequenciais necessários para manter sua versão fraudada como válida para os demais nós da rede, haja visto que os outros 60% da rede estariam numa direção contrária que automaticamente invalidaria as tentativas da violação. A rede só começa a correr algum risco nesse sentido caso um único agente detenha 51% ou mais do processamento total.

Há alguns anos, era possível minerar com rentabilidade utilizando o notebook de casa. No entanto, como o sistema se adapta automaticamente para continuar gerando uma certa quantidade de Bitcoins independente de quantos mineradores existam (do contrário, haveria inflação desmedida num dado momento), isso não é mais possível. A mineração lucrativa hoje está restrita a grandes servidores com máquinas dedicadas, desenhadas exclusivamente para essa função, investimento que chega a custar milhões de dólares. Minerar com dispositivos caseiros ainda é possível, claro, mas o gasto em energia e equipamentos será superior àquele arrecadado com as frações de Bitcoin recebidas – à cotação de hoje. Para o novo usuário, prestar serviços em troca de Bitcoins ou comprá-los em sites especializados (exchanges), são os caminhos ideais.

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