As ações da Meta, a empresa de Mark Zuckerberg dona do Facebook, subiram mais de 18% nas negociações após o expediente na quarta-feira (1), com a divulgação de um relatório de lucros trimestrais mais otimista do que o esperado. Mas o otimismo com a Meta ainda não conseguiu levantar a divisão de metaverso da gigante de tecnologia.
O Reality Labs, focado no metaverso, perdeu impressionantes US$ 4,28 bilhões no último trimestre fiscal de 2022, anunciou a Meta, marcando uma nova baixa para o departamento já em dificuldades, que tem sido repetidamente apresentado e posicionado como o futuro da empresa. O anúncio elevou as perdas totais da divisão do metaverso em 2022 para impressionantes US$ 13,72 bilhões, ou quase R$ 70 bilhões.
A divisão arrecadou apenas US$ 727 milhões em receita nos últimos meses de 2022, uma queda de 17% em relação à receita registrada no mesmo período do ano passado.
O Reality Labs cria hardware e software para experiências de realidade virtual e aumentada, incluindo o headset de realidade virtual Quest e o projeto de metaverso Horizon Worlds.
Otimismo da Meta
Apesar desses números abismais, a liderança da Meta estava relativamente animada em sua apresentação de ganhos trimestrais na quarta-feira, já que a empresa como um todo superou as previsões gerais de receita, usuários ativos diários, usuários ativos mensais e receita média por usuário.
Talvez mais notavelmente, a empresa arrecadou US$ 32,1 bilhões em receita em todos os departamentos e aplicativos, superando as previsões de receita de US$ 31,53 bilhões.
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, enquadrou o próximo ano fiscal como um “ano de eficiência”, iniciado pela decisão do fundador de demitir 11 mil funcionários em novembro.
Zuckerberg insistiu que a Meta permaneceria determinada além dessas demissões, de qualquer maneira possível. “Vamos ser mais proativos em relação ao corte de projetos que não estão funcionando”, disse ele, como exemplo.
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Aparentemente, porém, as ambições de metaverso não se incluem nessa ideia.
Zuckerberg repetidamente deixou claro na quarta-feira que o Reality Labs não estava passando por nenhum obstáculo ou crise, ao contrário, está em uma fase digna de investimento contínuo — e potencialmente crescente.
“Nossas prioridades não mudaram”, disse Zuckerberg. “As duas principais ondas tecnológicas que impulsionam nosso plano de ação são a IA hoje e, a longo prazo, o metaverso.”
O magnata da tecnologia expressou um otimismo particular sobre o headset VR de próxima geração da empresa, o Quest 3, que deve estrear ainda este ano.
“Espero que [o Quest 3] estabeleça essa tecnologia como base para todos os headsets daqui para frente e, eventualmente, para headsets AR também”, disse Zuckerberg.
A Meta espera que o headset não apenas aumente a receita de hardware para a divisão com atuais prejuízos financeiros, mas também popularize o ecossistema de realidade virtual Horizon Worlds da empresa, que Zuckerberg já havia apontado como o futuro dos negócios interativos, entretenimento e interação social.
Em outubro, surgiu um relatório que, apesar dos bilhões de dólares investidos no Reality Labs, o Horizon Worlds foi tão complexo e desagradável de utilizar que até os funcionários da Meta que construíram o projeto evitavam utilizá-lo sempre que possível.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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