Diretor da OKX critica ambiente regulatório no Brasil e executivos da Ripple, Revolut e Crypto.com discordam

“O Brasil continua com um gigante adormecido, principalmente em termos de regulação”, disse diretor da OKX
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Da esquerda para a direita: Willian Takamura (Revolut), Silvio Pegado (Ripple), Renata Mancini (ABcripto), Rodrigo França (OKX) e Manuel Fletes (Crypto.com) (Foto: Portal do Bitcoin)

A regulamentação do mercado de criptomoedas no Brasil gerou divergências entre executivos de grandes empresas do setor, que debateram o tema na terça-feira (19) durante um painel no Criptorama, evento promovido pela ABcripto.

Rodrigo França, head de compliance na OKX Brasil, disse que o Brasil ainda é um “gigante adormecido” neste tema. A posição foi contestada pelos outros três executivos que estavam no debate. 

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“Acho que, sob alguns aspectos, o Brasil continua com um gigante adormecido. Principalmente em termos de regulação. É o maior país da América Latina, em tamanho, população e mercado, mas em várias questões a regulação brasileira ainda deixa a desejar, independente de qual é o regulador”, disse França.

França destacou especificamente onde enxerga o atraso do Brasil: “O país é um dos únicos gigantes que não permite de forma direta operações de cripto com derivativos e contratos futuros. Países vizinhos, na América Latina, já tem uma regulação mais forte. Brasil tem a chance agora, com as consultas públicas, de se aproximar de mercados mais maduros”. 

A fala de França foi feita logo após Manuel Fletes, diretor de compliance e riscos na Crypto.com, ter feito um elogio geral sobre o ambiente regulatório do mercado cripto brasileiro.

“Um fator que faz com que o Brasil seja visto de maneira distinta é a tokenização. O Banco Central fez um projeto em maio de 2022 e no mesmo ano foi aprovada a Lei Cripto. E em 2024 temos o Drex. Então eu sinto que o país já identificou a relevância do mercado de criptomoedas e blockchain e está investindo em tecnologia e preparando um ambiente mais seguro”, afirmou Fletes. 

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“Aberto a ouvir” e “regulador ativo”

Willian Takamura, head de regulatory compliance na Revolut Brasil, disse que concorda em alguns pontos apresentados pelo diretor da OKX e discorda de outros. 

“O Banco Central mudou muito a postura de alguns anos para cá e se tornou mais aberto a ouvir o mercado. Foi assim com as Instituições de Pagamento, que permitiu que muitas fintechs surgirem no país e foi um boom de crescimento sem precedentes na história. Com a regulação de cripto acho que estamos neste mesmo limiar: se todos os players jogarem de forma aberta e transparente, o mercado vai decolar”, apontou. 

Último a falar, Silvio Pegado, diretor para América Latina da Ripple, foi bem mais enfático em se posicionar contra a ideia de um ambiente regulatório ruim no Brasil. 

“Se for comparar com os reguladores de onde temos a matriz [Estados Unidos] ou México e Colômbia, você percebe o quão avançado o Brasil é em termos comparativos com outros países. No Brasil, o regulador tem um papel ativo. Ele não coloca apenas as regras e fala ‘está aqui’. Ele pede que todos participem. Isso é muito único. Estamos super animados com o Brasil em termos de clareza regulatória”, afirmou Pegado.

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