Dois cúmplices de Francisley Valdevino da Silva, que ficou conhecido como “Sheik das Criptomoedas“, se declararam culpados perante a Justiça do Estados Unidos do crime de conspiração para fraude eletrônica. São eles Nestor Nunez, cidadão espanhol de 64 anos, e Ramon Perez, cidadão norte-americano de 40 anos.
As informações foram divulgadas pela Procuradoria dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York por meio de uma publicação no X. As autoridades convidaram todas as vítimas da pirâmide Forcount a entrarem em contato.
Nunez e Perez atuaram na Forcount, que foi descrita pelas autoridades americanas como uma operação criminosa liderada por brasileiros para fraudar falantes da língua espanhola ao redor do mundo. O prejuízo gerado as vítimas pelos criminosos seria de US$ 8,4 milhões.
Perez é acusado de ser um dos operadores da fraude e de lavar dinheiro por meio de companhias de fachada. Nunez desemenhava uma papel diferente: ele era pago pelo Sheik, o verdadeiro líder da pirâmide, para se apresentar como CEO da Forcount e usando o nome falso “Salvador Molina”.
Ambos podem pegar até 20 anos de prisão, conforme explicado na época da acusação. Com o acordo, a tendência é serem punidos com um tempo de prisão consideravelmente menor que as duas décadas.
Francisley Valdevino da Silva, o Sheik, está preso desde novembro do ano passado no Brasil. As estimativas são de que ele tenha deixado um prejuízo de R$ 1 bilhão junto de outros golpes, como a Rental Coins.
A trajetória do Sheik das Criptomoedas
Francisley Valdevino da Silva ficou conhecido por ter entre suas vítimas o cantor Wesley Safadão e a modelo Sasha Meneghel. O piramideiro é acusado de ter roubado R$ 1,2 milhão da filha da apresentadora Xuxa.
O Sheik contou boa parte de sua vida em postagens de blog. Segundo os relatos do próprio, o começo nos negócios foi bem longe do padrão luxuoso posterior – reportagem da TV Globo mostrou que em uma casa usada por ele foram apreendidos relógios, joias, carros de luxo, barras de ouro e dinheiro em espécie.
A Rental Coins promovia um suposto serviço de aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.
Alegando vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos, Francisley teria iludido os clientes informando possuir uma grande equipe de traders que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e, assim, gerariam lucro para suportar o pagamento dos rendimentos.
Todas as promessas de investimento, no entanto, seriam uma farsa. Em reportagem do Fantástico, o delegado da Polícia Federal, Filipe Hille Pace, apontou que o esquema de Francisley era uma pirâmide clássica: não havia nenhum investimento, apenas dinheiro de novos clientes pagando os antigos.
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