moeda de bitcoin em cima de uma bandeira dos EUA
Foto: Shutterstock

A regulamentação adequada do mercado de criptomoedas é um dos elementos essenciais para o desenvolvimento saudável do mercado de ativos digitais, junto com a entrada de empresas sérias e mais investidores.

Isso se tornou ainda mais evidente após tudo que aconteceu em 2022, quando uma sucessão de bolhas e projetos malogrados acabou por destruir parte do valor criado pelo ecossistema durante os anos anteriores.

Publicidade

Entre todos os eventos recentes, aqueles que envolveram a exchange de criptomoedas FTX foram os mais eloquentes na argumentação de que é fundamental uma atuação mais incisiva das autoridades na proteção dos investidores, para que estes se sintam mais à vontade para colocar os dois pés no mercado de criptoativos.

A FTX, que declarou falência em novembro deste ano – e até então uma das maiores corretoras de cripto do mundo – está sob investigação da Securities and Exchange Commission (SEC, semelhante à CVM no Brasil) por suposto envolvimento em atividades ilegais.

A notícia provocou um debate sobre a urgência da criação de uma estrutura regulatória para ativos digitais, e o que deve ser feito para garantir que essas trocas protejam os consumidores. A reabertura da discussão sobre regulamentação aconteceu inclusive no Brasil, quando o assunto tinha esfriado, mas voltou a ganhar força depois do estouro da crise da FTX.

A autoridade americana tem monitorado ativamente o mercado de ativos digitais, mas tem sido amplamente reativa em sua abordagem. E, embora esse acompanhamento esteja sendo feito há algum tempo, só recentemente a SEC adotou uma postura mais proativa e tem falado cada vez mais sobre a necessidade de regulamentação para ativos digitais. É preciso uma ação mais ágil.

Publicidade

Postura mais ativa

Mais atuante nos últimos meses, a instituição emitiu algumas ordens para que empresas encerrassem suas atividades de comercialização de ativos digitais por não se registrarem como corretoras de valores mobiliários, o que pode ajudar a afastar do mercado empresas incapazes de se sustentar no médio e longo prazos.

Após a investigação da FTX, a SEC propôs regulamentações mais rígidas para as negociações. As mudanças exigiram que as exchanges se registrassem na SEC e aderissem a um conjunto de regras e regulamentos, como a manutenção de fundos dos clientes em uma conta separada para evitar insolvência em uma crise como a da FTX.

Além disso, a SEC tem implementado medidas contra a lavagem de dinheiro e levantado discussões sobre a necessidade de haver maior transparência no mercado de ativos digitais.

Unificação das regras

É difícil prever como será o futuro da regulamentação cripto em 2023, pois o cenário regulatório está em franca evolução. Mas, a constante exposição de empresas que agem de má fé, além da identificação de bolhas no mercado, trouxeram bastante maturidade ao sistema como um todo. Há uma evolução no conhecimento sobre o que se sustenta e o que não no mercado de criptoativos.

Publicidade

Em 2023, é provável que a estrutura regulatória global para criptomoedas se torne mais unificada, pois vários países e organizações continuam a colaborar no desenvolvimento de regulamentações padronizadas. E, hoje, as autoridades já possuem conhecimento para criar regras de maneira muito mais efetiva do que o visto antes das crises de 2022.

Além disso, é provável que os reguladores se concentrem em medidas de segurança cibernética e proteção ao consumidor, além de enfatizar a importância da implementação de medidas contra a lavagem de dinheiro (AML) e contra o financiamento do terrorismo (CTF).

Também é provável que os reguladores enfatizem a necessidade de transparência e responsabilidade na indústria cripto, bem como trabalhem para limitar a capacidade da criptomoeda de facilitar o crime.

Tendo em vista que das crises emergem boas soluções, o ano de 2023 promete ser de maturação do mercado de criptoativos, com um novo crescimento no valor dos ativos a partir da criação de regras mais sólidas para o mercado e atração de investidores que acabaram por se afastar ou não entraram no ecossistema, como gostariam, por conta do empilhamento de crises que viram em 2022.

Sobre a autora

Isabela Rossa é country manager da CoinCloud no Brasil

VOCÊ PODE GOSTAR
Casa à beira de rio no Butão

Região especial do Butão adota Bitcoin e Ethereum em reserva estratégica

A medida se baseia no papel crescente do Butão no setor cripto, com o governo já detendo reservas significativas de Bitcoin
Imagem da matéria: Manhã Cripto: XRP salta 9% enquanto Bitcoin se mantém em US$ 97 mil

Manhã Cripto: XRP salta 9% enquanto Bitcoin se mantém em US$ 97 mil

Investidores aguardam a divulgação nesta manhã do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), um indicador importante sobre a inflação dos EUA
Imagem da matéria: Vinculado aos NFTs Azuki, token ANIME será lançado na rede Ethereum este mês

Vinculado aos NFTs Azuki, token ANIME será lançado na rede Ethereum este mês

Fundação Animecoin lançará token ANIME em algum momento deste mês de janeiro, com os membros da comunidade Azuki sendo beneficiados
Imagem da matéria: Cynthia Lummis acusa FDIC de má conduta na supervisão de criptomoedas e exige prestação de contas

Cynthia Lummis acusa FDIC de má conduta na supervisão de criptomoedas e exige prestação de contas

Senadora citou alegações de que FDIC destruiu documentos e silenciou equipe durante uma investigação de supervisão do setor de criptomoedas