A Bitso, maior corretora mexicana de criptomoedas e que possui mais de 4 milhões de clientes na América Latina, demitiu 80 funcionários na quinta-feira (26). Segundo a empresa, as demissões incluem todas as suas operações e fazem parte de uma estratégia que leva em consideração “o desenvolvimento de longo prazo do mercado e da indústria”.
Pelo menos um funcionário que atuava no Brasil faz parte da lista de demitidos, conforme apurou o Portal do Bitcoin na manhã desta sexta (27).
Um dia antes das demissões, a operação brasileira da Bitso promoveu um evento no estádio do Morumbi para anunciar o início da venda de entradas com uso de criptomoedas para jogos do São Paulo Futebol Clube. Na ocasião, nada foi comentado a respeito de possíveis desligamentos entre a equipe.
Ao mesmo tempo em que promove demissões, no entanto, a Bitso ainda oferece 60 vagas em sua página de empregos.
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“Necessidade de longo prazo”
Segundo uma nota emitida pela companhia, as “decisões sobre a força de trabalho são tomadas de acordo com a necessidade de longo prazo do nosso negócio, para suportar da melhor maneira nossos clientes e nossa estratégia como empresa. Trabalhamos em uma indústria de ritmo acelerado que requer que façamos constantemente um balanço de nossas habilidades, para podermos mover ainda mais rápido para onde nossos clientes querem que estejamos, levando em consideração o desenvolvimento de longo prazo do mercado e da indústria. Globalmente são 80 pessoas”.
Fundada no México em 2014, a Bitso possui operações na Argentina, Colômbia,e tem planos de expansão global. No Brasil, a empresa opera desde dezembro de 2020.
As demissões na Bitso aumentam a sensação de que as empresas de criptomoedas estão preocupadas com um “inverno cripto”: a argentina Buenbit, que também opera no Peru e no México, anunciou demissões no início da semana — especula-se que mais da metade do quadro de funcionários — devido ao “atual cenário cripto global”.
Até mesmo a Coinbase, maior corretora dos EUA, fez uma pausa nas contratações.