A Buenbit, corretora de criptomoedas com sede em Buenos Aires, na Argentina, vai passar por um processo de demissões devido ao atual cenário cripto global. Segundo Federico Ogue, CEO da empresa, além da redução no quadro de funcionários, a empresa também vai colocar em pausa sua estratégia de expansão, que já inclui escritórios no Peru e no México.
“Diante de um novo contexto global, estamos redefinindo nossa estratégia para nos tornarmos mais robustos e eficientes”, escreveu Ogue na tarde de segunda-feira (23), sem detalhar a quantidade de demissões. No entanto, segundo apuração do portal Bloomberg Línea, o impacto no quadro de funcionários pode ser de 50% do efetivo nos três países em que a empresa atua.
Ogue disse que as medidas são necessaŕias para que a BuenBit possa se concentrar mais nas operações em países que já alcançou e assim “manter estrutura autossustentável e eficiente”. “Vamos continuar investindo ao máximo para continuar gerando valor para os milhares de usuários que confiam em nós”, ressaltou o diretor.
Acerca de rumores de que a BuenBit teria sido afetada pelo colapso do ecossistema Terra, que culminou nas quedas de LUNA e UST, Ogue explicou: “Isso não tem nada a ver com o que aconteceu com a UST/Terra. É uma decisão na qual estamos trabalhando há meses”.
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Avaliação pela metade
Segundo o Infobae, as medidas recentes podem estar relacionadas a imposições dos investidores da empresa que estariam preocupados com o crescimento dos negócios, de acordo com uma pessoa a par do assunto: “A Buenbit é um negócio de rodadas: os investidores foram espetados, acharam que sairiam por cima, mas isso não acontece quando a avaliação da empresa está na metade”.
O autor do comentário se refere ao que a empresa já recebeu em aportes. Em julho do ano passado a BuenBit recebeu um investimento de US$ 11 milhões de vários investidores, dentre eles Libertus Capital e Galaxy Digital.
Em uma série de perguntas enviadas pelo Infobae, a BuenBit desmentiu rumores de que a empresa teve uma alta exposição ao UST e que isso teria causado sérios problemas. “Falso”, disse a corretora, afirmando que não tem exposição a nenhuma criptomoeda. No entanto, a empresa admitiu que 2,5% dos fundos dos clientes estavam alocados em UST e pelo menos 60% deles fizeram saques da criptomoeda.
A Argentina sempre esteve entre os países com mais adoção às criptomoedas, especialmente o Bitcoin, que continua sendo o principal ativo apostado como reserva de valor. Acerca de pagamentos feitos no dia a dia, os argentinos preferem as stablecoins, como DAI e USDC, por exemplo.