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Corretora de Bitcoin Paxful se declara culpada e paga multa de US$ 7,5 milhões

Autoridades afirmam que a Paxful era usada por lavadores de dinheiro e outros criminosos, e que tinha conhecimento disso

martelo de juiz e criptomoedas sobre mesa
Shutterstock

A Paxful Holdings, empresa por trás de uma corretora peer-to-peer de Bitcoin que encerrou suas atividades em 2023, concordou em se declarar culpada de acusações federais e pagar uma multa criminal de US$ 4 milhões ao Departamento de Justiça dos EUA. Essa multa se soma a uma multa civil de US$ 3,5 milhões imposta pela Rede de Combate a Crimes Financeiros (FinCEN).

A empresa intermediou negociações no valor aproximado de US$ 3 bilhões entre 2017 e 2019, obtendo mais de US$ 29 milhões em receita enquanto, conscientemente, permitia atividades criminosas, segundo o Departamento de Justiça.

A Paxful operava como uma corretora peer-to-peer por meio da qual os usuários negociavam Bitcoin e outras criptomoedas por moeda fiduciária, cartões pré-pagos e cartões-presente.

“A Paxful lucrou milhões de dólares, em parte, movimentando criptomoedas conscientemente para beneficiar fraudadores, extorsionários, lavadores de dinheiro e exploradores da prostituição”, afirmou o Procurador-Geral Adjunto Interino Matthew R. Galeotti, da Divisão Criminal do Departamento de Justiça, em um comunicado.

“A ré atraiu sua clientela criminosa ao promover a falta de controles contra lavagem de dinheiro e a decisão deliberada de não identificar seus clientes”, continuou ele.

Vale ressaltar que a Paxful processava transações para o Backpage, uma plataforma ilegal de anúncios de prostituição apreendida pelo Departamento de Justiça em 2018.

Entre 2015 e 2022, quase US$ 17 milhões em Bitcoin foram transferidos da Paxful para o Backpage e sites similares, gerando pelo menos US$ 2,7 milhões em lucros para a Paxful. Os fundadores da empresa teriam comemorado o “Efeito Backpage”, que impulsionou o crescimento de seus negócios.

O Departamento de Justiça afirmou que a plataforma também facilitou transações envolvendo países sancionados, incluindo Irã, Coreia do Norte e Venezuela, processando mais de US$ 500 milhões em atividades suspeitas. Apesar de ter conhecimento de condutas criminosas em sua plataforma, a Paxful não apresentou os relatórios de atividades suspeitas exigidos e deturpou suas políticas de combate à lavagem de dinheiro para terceiros.

Empresa admite culpa

A Paxful se declarou culpada de três acusações de conspiração: violação da Lei de Viagens (Travel Act) por promover prostituição ilegal, operação de um negócio de transferência de dinheiro sem licença e violação dos requisitos da Lei de Sigilo Bancário (Bank Secrecy Act).

Embora a penalidade apropriada tenha sido calculada em US$ 112,5 milhões, de acordo com as diretrizes de sentença aplicáveis, o Departamento de Justiça determinou que a Paxful poderia pagar apenas US$ 4 milhões.

Além disso, a FinCEN aplicou uma multa civil de US$ 3,5 milhões à Paxful por violações intencionais da Lei de Sigilo Bancário.

A empresa recebeu algum crédito por cooperar com os investigadores e implementar medidas corretivas após a demissão da liderança responsável pelas violações. A sentença está marcada para 10 de fevereiro de 2026.

O cofundador e ex-CTO da Paxful, Artur Schaback, se declarou culpado em julho de 2024 por acusações decorrentes do mesmo esquema.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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