Vitalik Buterin, cofundador do Ethereum, propôs recentemente no GitHub um novo modelo que veria os usuários de uma blockchain pública – possivelmente a do Ethereum – pagar taxas fixas de acordo com a rede, e não de acordo com o número de transações.
De acordo com Buterin, o atual modelo que as blockchains do Ethereum, do Bitcoin, e de outras criptomoedas utilizam tem várias falhas que incentivam a exploração de outros modelos para além do atual, apelidado de modelo de “licitação.”
Atualmente, os usuários de uma blockchain pagam taxas de acordo com a quantidade de transações a serem feitas. Se a rede estiver congestionada as taxas podem subir a valores estonteantes, enquanto que se quase não for utilizada podem ser inferiores a R$ 0,1.
Estas variações devem-se ao limite de espaço a ser minado em cada bloco. As taxas existem para impedir que a rede seja alvo de ataques de spam, e para recompensar os mineiros que a mantêm segura. Assim, a taxa funciona como uma “licitação” para a transação ser incluída num bloco.
Congestionamento na rede Ethereum
As falhas deste sistema, por Buterin, incluem a volatilidade dos custos de transação. Quando o jogo viral CryptoKitties foi lançado, a rede do Ethereum congestionou, e os custos das transações dispararam para valores acima dos US$ 6, enquanto por norma raramente chegavam aos US$ 0,5.
Além disto, os mineradores escolhem apenas as transações com taxas mais altas, enquanto todos os usuários pagam aquilo que licitam. Isto faz com que o sistema seja ineficiente, e que sejam precisos “algoritmos complexos de estimativa de taxas.”
Por fim, Buterin afirmou que redes que dependem apenas de taxas de transações para recompensar mineradores, como a do Bitcoin quando todos os 21 milhões de BTC forem minados, tendem a ser muito instáveis, pois fomentam a criação de blocos para roubar taxas.
Solução são taxas fixas
A solução para todos estes problemas, de acordo com o cofundador do Ethereum, passa por implementar uma regra no protocolo da blockchain que impõe uma taxa fixa a certo preço. Este preço, por Buterin, seria alterado de acordo com a capacidade da rede.
Ele disse:
“Se o último bloco foi 50% completo, embora a taxa inalterada, se o último bloco foi 10% completo, solte-o em 10%, se o último bloco foi 90% completo, aumentar até 10%.”
Deste modo, as taxas de transação pagas seriam agregadas num “pote” para serem distribuídas de forma igual pelos mineradores da rede. Assim, estes podem processar transações e manter a segurança da rede, sabendo que a recompensa será previsível.
Como o preço será fixo, ao certo, não é ainda claro. A proposta de Buterin é nova e está ainda a ser estudada. Foi originalmente feita no evento CRYPTO 2018, onde foi de tal forma recebida pela comunidade do Zcash que foi pedido ao cofundador do Ethereum que a aprofundasse.
Este novo modelo poderá vir a ser introduzido tanto no Ethereum como no Zcash, dependendo da sua eficiência e aplicabilidade. Aprofundado o seu sistema, Buterin adiantou:
“Ele substitui o leilão com uma venda de preço fixo (exceto durante períodos curtos onde blocos encham completamente até taxas voltarem a acompanhá-los), eliminando as ineficiências de primeiro-preço-leilão e tornando a estimativa da taxa extremamente simples: calcular a taxa f para o próximo bloco, Se você puder pagar paga, caso contrário não.”
No final da sua publicação no GitHub concluiu que este modelo elimina as ineficiências de depender de taxas de transação tipo “leilão,” sem ser necessário criar-se moedas novas, presumivelmente para evitar uma contínua inflação.
Buterin trabalha continuamente na evolução da tecnologia blockchain e do Ethereum. Como noticiado pelo Portal do Bitcoin, este afirmou no inicio de Junho deste ano que a rede da criptomoeda que ajudou a criar poderá alcançar 1 milhão de transações por segundo.
Nota: Algumas das frases neste artigo foram traduzidas do inglês.
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