Pavel Durov, o CEO de 39 anos do aplicativo de mensagens Telegram, soltou uma bomba em sua própria plataforma na última semana, alegando ter gerado mais de 100 filhos por meio de doação de esperma. O magnata da tecnologia, conhecido por seu estilo de vida excêntrico e propensão à privacidade, revelou que é um doador anônimo de esperma há 15 anos.
A jornada de Durov na doação em massa de esperma começou com o pedido de um amigo.
“Um amigo meu me abordou com um pedido estranho. Ele disse que ele e sua esposa não podiam ter filhos devido a um problema de fertilidade e me pediu para doar esperma em uma clínica para que eles tivessem um bebê”, escreveu Durov. Inicialmente divertido, ele logo percebeu a gravidade da situação.
O diretor da clínica aparentemente disse a Durov que “material de doador de alta qualidade” era escasso e enquadrou a doação como um “dever cívico”. Esse discurso, por mais bizarro que parecesse para Durov, o levou a se inscrever para doações regulares. Avançando para 2024, Durov afirma que suas contribuições ajudaram mais de 100 casais em 12 países a conceber filhos.
Elon Musk, que também é fã de fazer bebês, respondeu à revelação de Durov com um tuíte: “Números de novatos”, disse ele ao mencionar Gengis Khan, que teve mais de 100 filhos com quase 500 esposas. O próprio Musk é pai de 12 filhos conhecidos, embora não por meio de doação de esperma.
A alegação de Durov de uma escassez mundial de esperma de “qualidade” se alinha com as tendências globais. O aumento da demanda por esperma de doadores, impulsionado por problemas de infertilidade, mulheres solteiras buscando a maternidade e casais do mesmo sexo, ultrapassou a oferta em muitas regiões. Desafios regulatórios, fatores culturais e barreiras pessoais contribuem para a escassez.
No Reino Unido, um banco nacional de esperma relatou ter apenas nove doadores ativos em seu banco de dados. A Austrália e vários países europeus exigem doações altruístas e não anônimas, potencialmente desencorajando alguns doadores. Por outro lado, os Estados Unidos permitem compensação e anonimato, resultando em um grupo maior de doadores.
Então, a doação de esperma é um bom serviço social, mas quando é “demais”? O conceito de doação em massa de esperma não é sem precedentes ou sem controvérsia. Por exemplo, um holandês, identificado como Jonathan Meijer, foi processado por supostamente ser pai de pelo menos 550 crianças em todo o mundo. O processo, movido por uma mãe que usou seu esperma e a Donorkind Foundation, queria impedi-lo de fazer mais doações.
As diretrizes holandesas limitam os doadores a 25 filhos ou 12 famílias para mitigar os riscos de incesto acidental e proteger a saúde mental das crianças do doador. Jonathan foi colocado na lista negra das clínicas de fertilidade holandesas em 2017, mas supostamente continuou doando no exterior e por canais não oficiais.
DNA de código aberto?
Essa questão poderia ser abordada pelo plano de Durov de “abrir o código-fonte” de seu DNA — tornando suas informações genéticas publicamente acessíveis. Isso poderia significar enviar seus dados genéticos para um banco de dados público, permitindo acesso para encontrar parentes genéticos, estudar características ou contribuir para pesquisas científicas.
Por mais distópico que pareça, o DNA de código aberto pode ter várias aplicações práticas. Ele pode contribuir para a pesquisa genética, acelerando descobertas em genômica e medicina personalizada. Ele pode permitir que indivíduos se conectem com parentes biológicos desconhecidos, o que pode ser particularmente benéfico para aqueles concebidos por meio de doação de esperma. Na área da saúde, as informações genéticas podem levar a planos de tratamento mais personalizados hoje.
A prática também aprimora a pesquisa genealógica, fornecendo pontos de dados para rastrear histórias familiares e entender origens ancestrais. Além disso, dados públicos de DNA podem educar as pessoas sobre genética, diversidade genética e métodos de reprodução assistida.
Parece que Durov está levando a “aquisição de usuários” a patamares biológicos sem precedentes. O CEO quer “desestigmatizar toda a noção de doação de esperma” e encoraja outros homens a fazerem o mesmo.
“Desafie as convenções — redefina a norma”, escreveu ele.
*Traduzido com autorização do Decrypt.
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