Imagem da matéria: "Caveira de Satoshi": Protesto do Greenpeace vira febre entre a comunidade do Bitcoin
Instalação Caveira de Satoshi, feita pelo Greenpeace (Imagem: Greenpeace/Benjamin Von Wong)

Enquanto o Greenpeace EUA vai ao Twitter reclamar sobre o “consumo voraz de combustíveis fósseis” por parte do setor de criptomoedas e revelar uma nova obra de arte única, os defensores obstinados do Bitcoin se mostram unânimes em suas críticas à campanha – e na adoração ao principal símbolo dela.

A organização ambiental se uniu com o ativista de arte canadense, Benjamin Von Wong, para criar a “Caveira de Satoshi” como uma forma de protesto contra o sistema de mineração proof of work da principal criptomoeda.

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A obra é um crânio de aproximadamente 3,35 metros com olhos vermelhos, pilhas de chaminés esfumaçadas na cabeça e uma série de super chips e placas-mãe cinzentas na base.

Ela supostamente faz uma referência crítica ao criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto – mas acabou sendo adotada de forma irônica pelos fãs da criptomoeda.

“Mal posso esperar para comprar este crânio e colocá-lo ao lado do gerador de gás natural que alimenta uma das minhas minas off-grid de bitcoin”, Marty Bent, fundador da empresa de mídia Bitcoin TFTC, comentou no vídeo que mostra o processo de criação da instalação.

Muitos ironicamente abraçaram a instalação, com alguns chamando-a de “heróica e fodona” e até mesmo usando-a como uma nova imagem de perfil.

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O elemento principal da arte, o crânio, é feito com lixo eletrônico doado pela Unirecycle, “representando os milhões de computadores usados para validar a mineração de Bitcoin”.

Mesmo este aspecto da instalação foi ridicularizado por entusiastas do setor cripto.

“Parece que o Greenpeace não conseguiu obter um único PCB Bitcoin ASIC para sua propaganda. São todas Placas-mãe de uso geral, alguns dissipadores de calor da CPU, algumas placas de rede PCI Ethernet e talvez algumas GPUs pré-Bitcoin super antigas?”.

Para notgrubles, a criação é hilária: “O Greenpeace agora está demonizando a energia nuclear.”

Alterando o código do Bitcoin

Embora a instalação seja nova, a iniciativa “Altere o Código, Não o Clima”, da qual ela faz parte, foi divulgada inicialmente há um ano.

O objetivo principal é fazer com que o Bitcoin faça a transição de algoritmo de consenso proof-of-work (PoW) da moeda para um mecanismo mais ambientalmente sustentável como o proof-of-stake (Pos).

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O processo real para mudar o Bitcoin é aberto, pois o código também é aberto. Indivíduos, ou até mesmo o Greenpeace, só precisam chegar a um consenso entre os desenvolvedores após a apresentação de uma proposta de melhoria do Bitcoin, ou BIP.

A partir daí, a proposta também precisaria conquistar a comunidade de mineradores, convencendo-os a operar usando o software recém-atualizado.

Mas assim como a infame guerra dos tamanhos de bloco — uma batalha de anos para aumentar a quantidade de dados que poderiam ser armazenados em cada um dos blocos do Bitcoin —, alterar o código da rede parece muito fácil, mas não é.

“Qualquer um pode #ChangeTheCode (Mudar o Código), assim como qualquer um pode mudar as regras do xadrez”, respondeu um dos que acompanhavam a discussão. “Vá em frente, boa sorte em encontrar alguém com quem jogar.”

Von Wong também twittou: “O PoS nunca funcionará para o Bitcoin. Vai contra o seu ethos descentralizado!”

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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