Pessoa olha para scanner da Worldcoin
(Foto: Divulgação/Worldcoin)

Parte dos brasileiros que venderam a íris para o projeto da Worldcoin não estão conseguindo acessar os fundos e converter as criptomoedas para reais por dificuldades no uso do aplicativo. A constatação foi feita por reportagem do G1, que percorreu diversos pontos de coleta na cidade de São Paulo. 

Um problema se destaca entre os demais: a pessoa encontra dificuldades de acessar sua conta no aplicativo World App e, por conta disso, desinstala e instala novamente o app. Então, ao tentar logar novamente, não consegue mais acessar sua conta, mesmo digitando a senha corretamente. 

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Três pessoas entrevistadas relataram passar pelo problema de não conseguir acessar a conta após o processo de desinstalar e instalar novamente. “Por causa do erro no saque, eu desinstalei o aplicativo e reinstalei, mas agora ele diz que a senha está errada, mesmo eu digitando corretamente”, afirma uma das entrevistadas. 

Nos termos de serviço da Worldcoin, um trecho aponta que desinstalar o aplicativo “significar perder permanentemente sua conta se você não tiver recursos adequados de restauração em vigor (número de telefone e backup da conta com senha válida)”. 

Os brasileiros ainda reclamam que o suporte por meio de chat do aplicativo é feito por um robô que não consegue resolver os problemas. Todos eles foram entrevistados nos pontos de coleta, onde tentavam solucionar o problema pessoalmente com os funcionários, mas sem sucesso.

Entrevistada pelo G1, a advogada Patricia Peck disse que o aplicativo World App não está totalmente em português, com trechos em inglês e espanhol, um fato também constatado pela reportagem. A especialista em Direito Digital alerta que este é um fator que viola os direitos dos brasileiros. 

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Em um outro caso, o G1 entrevistou um homem que alega que teria sido informado na unidade de coleta do Bosque da Saúde que iria receber R$ 300 mensais. Porém, o projeto paga uma primeira parcela neste valor e depois paga parcelas menores ao longo do ano. Na cotação atual do token WLD, ao todo a pessoa recebe cerca de R$ 600. 

Procurada pelo reportagem do G1, a Worldcoin informou que não consegue quantificar o número de pessoas com problemas, pois todo o processo é anônimo. A empresa também disse que os funcionários são treinados apenas para explicar a tecnologia, tirar as fotos, e não têm habilidades para solucionar eventuais problemas que os usuários possam ter no aplicativo.

Worldcoin é proibida de pagar pela íris no Brasil

A Worldcoin foi proibida pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) de pagar pela coleta da íris de brasileiros. A decisão foi confirmada na terça-feira (11) pelo órgão, que é ligado ao Ministério da Justiça. Diante disso, a empresa interrompeu o serviço, mas manteve os postos de coleta abertos para explicar o projeto para interessados.

Em janeiro, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) entrou com um pedido para que o Ministério Público Federal investigue a extração de dados feita pelos idealizadores da Worldcoin (WLD). O parlamentar ressalta que, além da palavra da empresa, nada garante que no futuro os dados pessoais não sejam usados para fins não autorizados. 

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