Leandro Vilain, diretor de negócios e operações da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse, durante o Ciab 2018, que a lei do sigilo bancário impede a adoção da tecnologia Blockchain pelos bancos brasileiros, segundo publicação no site Época Negócios.
“O grande desafio [para o uso do blockchain] está fora do ambiente tecnológico. Como fica o compartilhamento de informações diante da lei do sigilo bancário?”, afirmou Vilain.
O executivo se referiu sobre o funcionamento das operações em plataformas blockchain que são totalmente compartilhadas, porém a tecnologia garante um sistema imutável e quase que inviolável.
“É possível ter um sistema que restrinja a visibilidade dos dados, mas de qualquer forma a informação é compartilhada. Como o judiciário vai entender isso?”, disse o diretor.
Vilain deixou bem claro que se dados vazarem as instituições serão responsáveis, caso as leis de sigilo permaneçam.
“Uma vez que nós coletamos a informação do cliente, vamos ser responsabilizados se houver vazamento de dados em outro ponto da cadeia?”, indagava o executivo durante sua participação no evento que começou na terça e vai até quinta-feira (14).
Sobre o interesse na nova tecnologia, o superintendente executivo do Santander, Richard Flavio da Silva, que também participava da reunião, disse que o setor bancário já “está passando da curva de entender o blockchain como uma hipótese ou ideia, e que já há diversos casos em prática nas áreas de Trading Finance e Supply Chain, por exemplo”.
Ele também citou como exemplo o banco HSBC que havia anunciado em maio deste ano a primeira operação de comércio internacional usando apenas blockchain.
Já Vilain, salientou que as fintechs podem ser uma alternativa à tecnologia Blockchain e que não descarta a possibilidade de trazer ‘novos atores’ de segmentos disruptivos do sistema financeiro.
“Estamos tendo cuidado para não criar a solução e aí procurar os problemas. Mas sabemos que alguns dos problemas que podem ser resolvidos pelo blockchain têm a solução fora do setor bancário. E as fintechs são uma possibilidade de ajuda dentro do sistema financeiro”.
Estudos em blockchain
A Febraban tem desde 2016 um grupo de trabalho instalado para explorar as possibilidades do blockchain e seu uso no mercado financeiro. E, embora tenha avançado nos testes, o uso envolvendo o público ainda deverá demorar para acontecer, sobretudo em função de um ambiente regulatório ainda incerto, analisou o Época Negócios.
No primeiro dia da Ciab Febraban, o presidente do banco Itaú, Candido Bracher, disse que as criptomoedas, da forma como estão estabelecidas hoje, são algo muito excêntrico e arriscado.
Ele também salientou que o mercado de criptoativos não é algo que vai achar um grande espaço no mercado financeiro tradicional a curto prazo. Logo, não deve provocar alguma diferença no sistema atual. Para ele, a tecnologia é apenas uma “experiência interessante”.
Sobre regulamentação e novos setores disruptivos, Bracher disse que o mercado financeiro brasileiro tem uma regulação extremamente restritiva e que ele não vê o interesse de grandes empresas, como Google e Amazon, aderirem ao novo mercado num curto prazo.
No entanto ele disse que, “tendo as mesmas regras, estas empresas poderão perfeitamente participar e competir” e finalizou acreditando que, caso isso venha a acontecer, elas serão “competidoras formidáveis”.
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