A Bitso anunciou nesta quarta-feira (30), no Web Summit Rio, os vencedores do seu programa de aceleração de startups focadas em blockchain e stablecoins.
Batizado de The Push, o projeto foi liderado pela Bitso Business – braço B2B da exchange – e recebeu mais de 300 inscrições. Nove empresas, focadas em pagamentos internacionais, remessas e processamento de transações, foram selecionadas como vencedoras e participarão de um programa de aceleração personalizado com duração de três meses.
Os benefícios incluem investimento monetário, mentorias em tecnologia e negócios, além de créditos para co-desenvolver soluções utilizando a infraestrutura da Bitso Business.
Do Brasil, foram duas empresas selecionadas: Lumx e BlindPay. Para Caio Barbosa, fundador e co-CEO da Lumx, vencer o programa representa o tipo de oportunidade que “todo fundador sonha”. “Estamos comprometidos em transformar os pagamentos B2B por meio de infraestrutura baseada em stablecoins, e ter a Bitso ao nosso lado potencializa nossa capacidade de fazer a diferença de verdade”, disse.
Os vencedores do The Push Stablecoin Startup Accelerator são:

O avanço da stablecoin BRL1
Um dos esforços da Bitso nesse segmento resultou na BRL1, uma stablecoin pareada ao real lançada a partir de por um consórcio de corretoras que atuam no mercado brasileiro, incluindo MB (Mercado Bitcoin) e Foxbit.
Leia Também
Durante coletiva de imprensa, a CEO da Bitso no Brasil, Bárbara Espir, detalhou ao Portal do Bitcoin o papel da BRL1. Segundo ela, embora as stablecoins atreladas ao dólar dominem o mercado, há participantes que precisam de exposição ao real sem sair da blockchain — uma lacuna que a BRL1 tenta preencher.
“Somos um consórcio com influência para impulsionar esse primeiro caso de uso, onde market makers e arbitradores que operam em diferentes exchanges podem permanecer on-chain, sem precisar ter contas bancárias no Brasil para transacionar em real. Isso é algo que pode trazer mais liquidez ao mercado”, afirmou.
O cofundador e CEO global da Bitso, Daniel Vogel, lembrou que a corretora já havia feito um movimento semelhante no México, com o lançamento de uma stablecoin atrelada ao peso. Ele destacou que, ao contrário das stablecoins em dólar — amplamente usadas por investidores como forma de exposição à moeda americana —, as stablecoins lastreadas em outras moedas chegam para atender demandas específicas do mercado.
“As stablecoins estão atuando como um bloco de construção fundamental no espaço cripto. Precisamos entender como as pessoas pensam em dinheiro. Eu vivo no México, então, se vejo um preço diferente, tento converter para pesos. Acho que vai ser importante, por exemplo, se você quiser pegar um empréstimo em DeFi, que ele seja em BRL — você não quer USD. O que acontece se o câmbio muda enquanto você segura aquela dívida em dólar? Então o lançamento de diferentes stablecoins é um passo adicional”, afirma Vigel.
“O objetivo agora é ter isso integrado em todos os protocolos DeFi, para que a economia das finanças descentralizadas continue a crescer.”