Imagem da matéria: Bitcoin fica estável enquanto os EUA registram inflação de 2,3% em abril
Imagem criada por Decrypt com uso de IA

O Bitcoin ficou estável nesta terça-feira (13) após novos dados de inflação mostrarem que o crescimento dos preços nos EUA permaneceu constante em abril, sem oferecer alívio claro para os mercados atentos ao próximo movimento do Federal Reserve (Fed).

Ao mesmo tempo, Washington e Pequim concordaram na segunda-feira em reduzir algumas das tarifas mais severas impostas este ano, adicionando mais uma variável imprevisível para os analistas que tentam prever o rumo da inflação.

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O índice de preços ao consumidor (CPI), uma medida ampla dos custos de bens e serviços na economia dos EUA, subiu 0,2% em abril com ajuste sazonal, informou hoje o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA.

Isso representou uma reversão em relação a março, quando os preços caíram 0,1%. Nos últimos 12 meses, o índice subiu 2,3%, abaixo dos 2,4% de março e o menor aumento anual desde fevereiro de 2021.

Excluindo alimentos e energia, a inflação núcleo aumentou 0,2% no mês, conforme esperado pelos economistas. O núcleo do CPI manteve-se estável em uma taxa anual de 2,8%, inalterada em relação a março.

Os economistas esperavam que o índice, que acompanha mudanças de preços em uma ampla gama de bens e serviços, subisse 2,4% em comparação ao ano anterior.

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O Bitcoin, que havia disparado mais de 10% na última semana, começou a terça-feira com leve queda, mas ao longo da tarde, passou a subir 1%, sendo negociado no momento da redação a US$ 103.620, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum, que também operava em queda pela manhã, virou para alta e sobe 3,1% à tarde.

Traders e economistas agora aguardam o Índice de Preços ao Produtor (PPI) na quinta-feira e a leitura do índice de gastos com consumo (PCE) no dia 30 de maio.

Novos dados de inflação influenciarão Fed?

O relatório de inflação chega poucos dias após o Fed manter as taxas de juros inalteradas, citando incertezas econômicas causadas pelos aumentos de tarifas promovidos pelo presidente Trump.

Na reunião da última quarta-feira, o banco central manteve sua taxa básica entre 4,25% e 4,50% pela quarta vez consecutiva, ignorando semanas de pressão pública de Trump para cortar os juros.

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“As tarifas anunciadas até agora foram significativamente maiores do que o esperado”, disse o presidente do Fed, Jerome Powell, em sua coletiva pós-reunião. “Todas essas políticas ainda estão evoluindo, e seus efeitos na economia permanecem altamente incertos.”

Ainda assim, Powell rejeitou a ideia de que a política esteja moldando a resposta do Fed. “Vamos sempre fazer a mesma coisa… usar nossas ferramentas para promover o máximo emprego e estabilidade de preços”, afirmou.

Mas os mercados continuam voláteis, e até terça-feira, a ferramenta FedWatch da CME indicava apenas 15% de chance de corte de juros em junho, abaixo dos 34% no início do mês.

O relatório de abril ocorre após semanas de volatilidade econômica. As ações dos EUA tiveram seu melhor desempenho diário desde o início de abril com a notícia de uma trégua comercial surpresa.

Desescalada da guerra comercial

Em 12 de maio, os EUA e a China concordaram em reduzir mutuamente tarifas por 90 dias, revertendo parte das medidas do “Dia da Libertação” anunciadas pelo presidente Trump.

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Os EUA reduziram tarifas sobre importações chinesas de 125% para 30%, enquanto a China baixou suas tarifas retaliatórias de 145% para 10%.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, deve se reunir com autoridades chinesas na Suíça esta semana para discutir os próximos passos.

Os mercados encararam a trégua como um sinal positivo. As ações dos EUA subiram na segunda-feira, com o S&P 500 registrando seu maior ganho em mais de um mês.

Analistas dizem que o próximo movimento do Bitcoin depende menos apenas da inflação, e mais de como o cenário macroeconômico evolui.

“Se o CPI viesse acima do esperado, eu esperava uma queda acentuada, talvez para perto de US$ 100 mil”, disse Arthur Azizov, fundador da B2 Ventures, ao Decrypt.

Azizov alertou contra interpretar a resiliência do Bitcoin como complacência, observando que o ativo “começou a se comportar mais como um instrumento macro” à medida que os fluxos institucionais aumentam, afastando-o da reputação de ser apenas um ativo especulativo e de alto risco.

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Ele disse que uma quebra abaixo de US$ 93 mil com consolidação pode levar a uma queda para US$ 88 mil, enquanto uma alta limpa acima da máxima histórica pode abrir caminho para “a próxima grande faixa entre US$ 124 mil e US$ 134 mil”.

Aurelie Barthere, analista principal da plataforma de análise on-chain Nansen, disse ao Decrypt que a inflação não é o único dado relevante.

“Sim, já descartamos um corte de juros”, disse ela, “mas abril também mostrou uma retomada no apetite por risco impulsionada pela reaproximação EUA-China e dados fortes do mercado de trabalho. A menos que o núcleo do CPI salte acima de 2,9%, não espero uma reversão brusca no cripto.”

Ela também observou que os serviços “supercore” excluindo habitação caíram para o menor nível em quatro anos, de 2,9% em março, indicando uma fraqueza abaixo da superfície.

“Esse é o indicador que o Fed está observando de perto”, disse Barthere. “A energia continua com efeito desinflacionário. O risco real é se a inflação nos serviços voltar a acelerar.”

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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