Pouco mais de 24 horas após romper os US$ 10.000, o bitcoin teve uma valorização de 9,5% nesta segunda-feira (27) e, às 14h03, bateu US$ 11.000 — o maior preço desde setembro de 2019.
No Brasil, a criptomoeda também opera em alta e já é negociada acima dos R$ 55.000. A máxima anual, no entanto, continua de R$ 58.538, alcançada em 8 de maio, quando o dólar se aproximou dos R$ 6,00.
O movimento do bitcoin teve início em janeiro, quando o BTC era negociado a US$ 7.200 e superou os US$ 10.000 em fevereiro, impulsionado pela expectativa do halving, que aconteceu em maio.
O que não estava nos planos era a crise do coronavírus que devastou o mercado no início de março. Na ocasião, o preço da moeda digital acompanhou as bolsas do mundo inteiro e caiu 60%, batendo US$ 4.000 em 12 de março.
A recuperação, no entanto, foi mais rápida do que nos mercados tradicionais, que ainda não voltaram ao patamar pré-coronavírus.
O bitcoin agora acumula alta de 50% em 2020, superando o ouro, por exemplo, que valorizou 35%. Em comparação, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, teve queda de 11% no ano.
Levando em conta a cotação do bitcoin em real, a valorização é ainda mais impressionante. Na virada do ano, o bitcoin era negociado a R$ 29.000, tendo valorizado 90% desde então, graças a desvalorização do real frente ao dólar, cotado nesta segunda a R$ 5,17.
Por que o bitcoin está subindo
Um dos motivos apontados por analistas para recente movimento de alta do bitcoin é um aumento da capitalização das stablecoins. A Tether, por exemplo, superou a marca de US$ 10 bilhões recentemente, indicando uma maior entrada de capital no mercado.
Um aumento da demanda frente a uma queda na oferta, resultante do halving de maio, pode ser o responsável pelo aumento do preço do BTC.
Em conversa com o Decrypt, Jason Deane, analista da Quantum Economics, disse que os contratos futuros abertos na CME, assim como em outras bolsas ao redor do mundo, tiveram um forte crescimento recentemente, indicando um aumento no capital institucional.
A desvalorização geral do dólar, possivelmente catalisada por países ao redor do mundo que estão expandindo massivamente suas dívidas para combater o coronavírus, pode ser outro fator, segundo o analista.
“A desvalorização do dólar, o aumento da conscientização sobre o Bitcoin e a facilidade de uso e acesso […] tornam o Bitcoin um candidato provável a um ativo de segurança daqui para frente”, afirmou.