Binance.US, a afiliada nos EUA da exchange de criptomoedas Binance, anunciou nesta quarta-feira (19) que sua capacidade de atender clientes por meio de contas bancárias foi totalmente restaurada.
Operando nos últimos 19 meses como uma exchange exclusiva para criptomoedas, o CEO interino da Binance.US, Norman Reed, descreveu o desenvolvimento como uma mudança bem-vinda.
“Fomos forçados a começar a operar como uma plataforma apenas de criptomoedas”, disse Reed em comunicado. “Estávamos ansiosos pelo dia em que poderíamos oferecer novamente serviços completos em dólar.”
Em junho de 2023, a Binance.US parou de aceitar e processar depósitos e saques em moeda fiduciária. Em uma postagem no X, a empresa afirmou ter sido impactada por “táticas agressivas e intimidadoras” da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).
A Binance.US se desvinculou dos bancos americanos dias após a SEC iniciar um processo judicial contra a exchange, sua afiliada internacional e o cofundador e ex-CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao. O órgão regulador alegou que a Binance e a Binance.US operavam como bolsas de valores não registradas, enquanto certos produtos oferecidos violavam as regras da agência.
Desde a saída do ex-presidente da SEC, Gary Gensler, no mês passado, a postura da agência contra as empresas de criptomoedas tem se suavizado. Em vez de avançar com ações coercitivas contra diversas empresas do setor, o presidente interino da SEC, Mark Uyeda, prometeu tornar a agência um participante colaborativo no estabelecimento de regras mais claras para a indústria.
Há apenas 19 meses, a Binance afirmou que a perseguição legal da SEC havia “criado desafios para os bancos com os quais trabalhamos”. A exchange incentivou os usuários a retirarem dólares americanos com um aviso prévio de cinco dias, até que pudesse “garantir parceiros bancários mais estáveis”.
Parlamentares recentemente começaram a investigar o fenômeno do “debanking” no Capitólio, analisando se empresas de criptomoedas, em particular, foram alvo de um suposto esquema apelidado de “Operação Choke Point 2.0”, que forçou bancos a não oferecer serviços para empresas cripto.
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Um porta-voz da Binance.US disse ao portal Decrypt que a empresa não pode divulgar o nome de seu parceiro bancário no momento.
Embora a Binance seja considerada a maior exchange de criptomoedas do mundo, a Binance.US tem uma participação mínima no mercado em termos de volume de negociações. Nas últimas 24 horas, a Binance facilitou US$ 19 bilhões em transações cripto, enquanto a Binance.US movimentou apenas US$ 15 milhões, segundo dados do CoinGecko.
A Binance afirma que ela e a Binance.US são empresas separadas. No entanto, um processo movido pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) em 2023 alegou que Zhao via a exchange nos EUA como um “barco da marinha”, enquanto a Binance global operava como um “navio pirata”.
Como parte de um acordo com a CFTC, o Departamento de Justiça e outras agências governamentais, a Binance e Zhao se declararam culpados para encerrar acusações de violação de leis contra lavagem de dinheiro e sanções.
A Binance saiu do mercado dos EUA e concordou em pagar uma multa de US$ 4,3 bilhões. Zhao renunciou ao cargo de CEO e cumpriu uma sentença de prisão de quatro meses como parte do acordo.
O caso da SEC contra a exchange ainda está em andamento. No entanto, na semana passada, um juiz distrital dos EUA concedeu uma pausa de 60 dias na batalha legal, permitindo que ambas as partes avaliem como os desenvolvimentos regulatórios podem impactar a resolução do caso.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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