Imagem da matéria: Binance fecha acordo para comprar rival FTX e criar gigante das criptomoedas
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Um terremoto global sacude o mercado de criptomoedas nesta terça-feira (8). A corretora de criptomoedas Binance, a maior do mundo, anunciou que chegou a um acordo inicial de intenção para comprar a segunda maior exchange, a rival FTX.

O anúncio é feito em meio a uma série de dificuldades da FTX para sobreviver: durante a manhã, a empresa travou os saques de clientes, após o token nativo FTT perder mais de 30% do valor de mercado – justamente após a Binance anunciar durante o final de semana que iria vender todos os tokens que estavam em poder da corretora.

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Leia também: Por que a Binance e a FTX entraram em guerra e criaram uma crise no mercado de criptomoedas

A notícia da aquisição foi feita via Twitter pelo fundador da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, e confirmada logo na sequência pelo criador da FTX, o bilionário Sam Bankman-Fried.

CZ disse que “nesta tarde, a FTX pediu nosso auxílio. Eles enfrentam uma problema de liquidez significativo. Para proteger os clientes, nós assinamos uma acordo inicial de aquisição, manifestando a intenção de adquirir a totalidade da FTX e ajudar a contornar o problema”.

Ele também anunciou que um processo de due diligence – uma revisão nas contas internas da empresa-alvo – será realizado ao longo dos próximos dias e que a Binance mantém a opção de se retirar do acordo a qualquer momento.

Logo na sequência, em novo tuíte, CZ alertou que “essa é uma situação muito dinâmica e que estamos acompanhando em tempo real. Nós esperamos que o token FTT fique altamente volátil nos próximos dias”.

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Enquanto isso, Bankman-Fried confirmou o acordo em seu próprio Twitter, dizendo que as duas exchanges concordaram com uma “transação estratégica”. Ele também abordou o problema da carteira da corretora, após a os problemas gerados pelas suspensões de saques dos clientes.

“Nossas equipes estão trabalhando para limpar nossa lista de pedidos de saque neste momento. Isso eliminará as crises de liquidez; todos os ativos serão cobertos 1:1”, escreveu o bilionário dono da FTX. “Esta é uma das principais razões pelas quais pedimos à Binance para entrar. Pode demorar um pouco para resolver esse problema – e pedimos desculpas por isso”.

Interrupção de saques

Mais cedo, a FTX travou os saques de clientes, de acordo com o portal The Block, que usa dados on-chain para trazer a informação. De acordo com o The Block, a última transação da FTX na rede Ethereum havia sido feita às 6h37 ET (8h37 no Brasil), segundo registros da ferramenta Etherscan. Dados das blockchains Tron e Solana também mostravam interrupção.

Portal do Bitcoin conversou com dois investidores brasileiros – que pediram para não terem os nomes revelados – que também afirmaram não terem conseguido realizar saques na exchange nas últimas horas.

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O bloqueio acontece em meio ao processo de perda de valor do token nativo da FTX, o FTT. Após chegar a recuar mais de 30% antes do anúncio da compra, a um valor mínimo na casa dos US$ 15, o token recuperou parte do fôlego, segundo o portal CoinMarketCap. Por volta as 14h, ele era negociado a US$ 18. É uma queda de 21% em 24 horas, mas já com alta de 19% na última hora, após a aquisição da FTX.

“Desde a semana passada, quando analistas fizeram uma varredura nas demonstrações financeiras da FTX, o mercado especulava sobre possível problema de liquidez na exchange (…) gerando pânico entre investidores, com a possível confusão patrimonial entre os recursos da exchange e de seus clientes”, diz Rodrigo Caldas de Carvalho Borges, advogado especialista em blockchain, membro Fundador da Oxford Blockchain Foundation e sócio no Carvalho Borges Araújo Advogados.

“Apesar da aquisição pela Binance ter, aparentemente, resolvido a questão dos clientes da FTX, fundamental mantermos ativa a discussão quanto a necessidade de segregação patrimonial entre as exchanges e seus clientes”, completa.

Os desdobramentos de hoje aconteceram logo depois do anúncio dos planos  da Binance para se livrar de todas as suas participações FTT e a retiradas em massa de stablecoins e outros criptoativos da FTX.

As saídas da FTX foram, por sua vez, parcialmente causadas por especulações da insolvência da Alameda Research, braço formador de mercado da FTX, uma situação que o bilionário Sam Bankman-Fried, dono da FTX, descreveu na segunda-feira como um concorrente “tentando ir atrás de nós com falsos rumores”.

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Nas palavras de Bankman-Fried: “Um competidor está tentando nos perseguir com ‘falsos rumores’. A FTX está bem. Os ativos estão bem”. A validade do tuíte durou menos de 24 horas.

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