Imagem da matéria: A reação nas redes sociais do Nubank sobre o pedido de desculpas do banco
Cristina Junqueira é uma criadoras do Nubank (Foto: Nubank/Divulgação)

Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, disse ter errado durante o programa Roda Viva no último dia 19. Na ocasião em que o programa da TV Cultura foi exibido, ao ser questionada sobre a contratação de funcionários negros, Junqueira disse que existia um investimento na questão, mas que não era possível nivelar por baixo.

Após o episódio, que repercutiu imediatamente, Junqueira se retratou cerca 24 horas depois, em sua conta no Linkedin. Contudo, não foi o suficiente, pois a fintech já estava acuada nas redes sociais.

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No domingo (25), por meio do seu blog, o Nubank publicou uma carta para retratar o comentário. Junto, um pedido de “desculpas aos Nubankers negros, ao movimento negro e aos grupos sub-representados por não termos feito mais”. 

Nubank criticado nas redes sociais

O comentário Junqueira ampliou então o debate sobre diversidade e inclusão racial no Brasil. E foi nas redes sociais que o público reagiu mais intensamente, em investidas contra a empresa que começaram no próprio blog do banco:

“Vcs são racistas, a fala da Cristina desnudou o que vcs pensam!”, escreveu o usuário identificado apenas como ‘Carlo’.

Na tarde do domingo (25), em sua conta no Facebook a fintech escreveu:

“Diversidade sempre foi um dos pilares do Nubank. Mas erramos por não trabalhar ativamente para enfrentar o racismo estrutural. Reconhecemos isso e estamos trabalhando numa agenda antirracista com ações concretas e ambiciosas”.

A reação do público foi instantânea e aos milhares. O post até o momento tem cerca de 1.600 reações, 3.000 comentários e quase 70 compartilhamentos.

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O usuário Stéfano Beluci Holsbach parece ter ficado satisfeito com a retratação da fintech.

“Parabéns por reconhecerem o erro e por tomar ações de combate ao problema”, comentou, acrescentando: “Qualquer atitude diferente por parte do Nubank me causaria estranheza”.

Nos comentários, contudo, o usuário Zeu Oliveira acredita que traços de racismo durante a entrevista apareceram antes mesmo da resposta de Junqueira, ou seja, na pergunta da jornalista.

“A repórter perguntou se o nível de exigência alta não dificulta a entrada de negros”, comentou.

Sobre a carta do Nubank, a usuária Karina Baratella escreveu:

“Decepcionada enquanto cliente. Repudio a fala da presidente e não me encanta em nada esse posicionamento”.

De forma similar, o comentário do Brunno Pleffken Hosti sugere que a fintech tentou reparar o irreparável:

“Equipe de marketing a todo vapor pra consertar o erro, rsrs. Dizem que a fala da fundadora do Nubank foi interpretada errada. Não foi. Foi exatamente aquilo que ela queria dizer”.

A opinião do usuário Leonardo Ferreira, por exemplo, gerou um grande debate sobre cor da pele — definição de pardos e negros. “Acredito que a fundadora só disse uma realidade”, escreveu.

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Reações no Linkedin

De modo igual, os usuários do Linkedin também reagiram à publicação do Nubank, que teve de 3.500 reações e cerca de 230 comentários até o fechamento deste texto.

“Tento fazer vista grossa e achar que não é racismo para não ficar louco, mas aí essas escorregadas como a da CEO, que não estava em um ambiente controlado me mostram: você não é incompetente, só vive em uma sociedade extremamente racista e que te rejeita”.

A fala é do consultor financeiro Carlos Maerz Falanga, que disse que apesar de ter uma boa formação acadêmica, só lhe sobram cargos que exigem pouco de sua capacidade.

O técnico bancário Pedro de Vasconcelos e a fintech também se esbarraram.

Reprodução/Linkedin

Amor e ódio

Com mais de 22.000 reações e cerca de 150 comentários, o mesmo post no Instagram revelou em maior escala os mesmos sentimentos dos usuários.

@amandabragaf.adv, por exemplo, ficou num paradoxo de amor de indignação, o que causou mais de 500 reações.

“Eu amo o Nubank, mas a declaração foi muito feia… E eu falo por mim, que fui excluída de um processo seletivo por cursar uma faculdade cujo nome não era tão relevante no mercado. Meu esforço foi desconsiderado por causa desse tipo de visão, de não poder nivelar tão baixo”.

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O perfil @karine_haui deu aquela força à fintech.

Para o perfil @juno_life foi um baita golpe.

“Eu que vibrava com cada WOW de vocês, tomei um soco no estômago. Se antes evangelizava o Nubank, hoje apenas utilizo o serviço, a régua de vocês foi parar lá embaixo, da mesma forma que nivelam a nossa raça”, desabafou.

Para Helena Cordeiro, cujo post teve mais de 360 reações, agenda antirracista divulgada pelo Nubank é desnecessária e ridícula.

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