O Comitê Bancário do Senado americano se reuniu ontem (quarta-feira) para debater a situação e qual o caminho regulatório para as criptomoedas.
Um detalhe, porém, chamou a atenção na abertura do depoimento de Christopher Giancarlo, o presidente da Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities dos EUA (CFTC, na sigla em inglês).
Giancarlo quebrou o protocolo e pediu para falar inicialmente como pai. Ele lembrou a todos os presentes que era pai de três filhos adolescentes e que, desde cedo, ele e a mulher tentavam incutir no filhos o interesse pelo mercado financeiro.
“Criamos contas com pequenas somas de dinheiro para que pudessem comprar ações. Mas não tivemos a capacidade de desenvolver o interesse deles, a não ser no menor, que tem ações de uma empresa de videogame”, disse Giancarlo.
Criptopais
Mas em 2017 tudo mudou. De repente, os filhos estavam falando sobre bitcoins e consultando o pai se deveriam comprá-los. Ou seja: as moedas digitais haviam despertado o interesse pelo mercado financeiro — ainda que não fosse o tradicional.
“Imagino que alguns membros deste comitê tiveram experiências parecidas. Me parece que nós devemos a essa nova geração o respeito por seu entusiasmo por moedas virtuais, com uma resposta séria e equilibrada — não com desdém.”
Giancarlo estava certo em um aspecto: pelo menos uma outra pessoa se identificou como um “criptopai”.
Desafio financeiro
A segunda fala da comissão foi de Mike Crapo, senador por Idaho e membro do comitê. Antes de começar a bateria de perguntas, ele também quebrou a formalidade protocolar. Com um leve sorriso no rosto, declarou que também havia tido esse tipo de conversa com os filhos durante alguns jantares em família.
“E você está certo: é um tema incrivelmente interessante mas crescente nova área de desafio financeiro, particularmente entre, pelo menos, os meus e os seus filhos”, disse Crapo.
Após o breve diálogo, a bateria de perguntas finalmente começou. Giancarlo afirmou, entre outras coisas, que as criptomoedas trouxeram uma “mudança de paradigma” na forma como o mundo vê pagamentos e processos financeiros e que não é possível ignorar essa inovação.