Imagem da matéria: O que está por trás da cisão entre Itaú e XP e como ficam ITUB4, ITUB3 e ITSA4
Foto: Shuttestock

A cisão da participação do Itaú na XP é um dos eventos mais esperados no mercado para esse ano. Entenda por que o Itaú quer se desfazer da sua participação na XP Investimentos, e como essa cisão vai impactar Itaú, Itausa e XP. 

O investimento do banco Itaú na XP, começou com a compra de 49,9% da companhia por cerca de R$ 6 bilhões em maio de 2017. Nesse momento, a corretora XP foi avaliada em R$ 12 bilhões. 

Publicidade

Em 2019 ocorreu o IPO (oferta inicial de ações) da XP Investimentos, a listagem das ações foi efetuada na bolsa de valores dos Estados Unidos, a ação da XP foi precificada em US$ 27,00, equivalente a um valor de mercado (número de ações emitidas multiplicado pela cotação) de US$ 14,89 bilhões.  

Desde o IPO até agora, as ações valorizaram bastante. No momento que eu escrevo esse texto, o valor de mercado da XP passa de 27 bilhões de dólares, cerca de R$ 140 bilhões. 

Por que o Itaú quer a cisão?  

A participação atual do Itaú na XP, após vender uma parcela na abertura de capital e uma fatia de 5% em dezembro de 2020 é de 41,05%. 

Colocando em termos financeiros nas cotações atuais da ação e do dólar, equivale a mais de R$ 60 bilhões, ou seja, a negociação do Itaú na XP rendeu mais de 10 vezes. Se o Itaú efetuar a venda, vai embolsar um bom lucro, além disso a XP representa hoje 20% do valor de mercado do Itaú. Antes do IPO da XP em dezembro de 2019, essa relação era de 11%. 

Publicidade

Um dos objetivos do Itaú com a venda é destravar valor no preço das suas ações, esperando que o mercado reinvista parte desse ganho com a venda de participação da XP novamente em Itaú 

Como será feita cisão  

Será feita através de um spin-off, que é a criação de uma nova companhia independente a partir de uma empresa já existente, listada na bolsa de valores. 

Para a cisão houve a criação de uma holding, denominada XPart, para recebimento dos recursos da cisão por parte dos acionistas do Itaú. No caso 41,05% do capital da XP Investimentos. 

O último passo para a finalização dessa operação é a incorporação da XPart pela XP, evento previsto para aprovação em assembleia na metade do segundo semestre deste ano. 

Publicidade

Como fica o acionista de ITUB4 e ITUB3

Nada está definido até esse momento. É necessário aguardar as aprovações das assembleias, mas provavelmente haverá emissão de valores mobiliários da XP em substituição às ações da XPart, em formato de ação classe A ou BDR, que não se tornará um ativo listado em bolsa pois será extinto com sua incorporação pela XP e o acionista de Itaú receberá XP via “dividendos extraordinários”  

Como fica a ITAUSA (ITSA4) 

Provavelmente apenas os acionistas de Itaú receberão BDRs da XPart, enquanto os acionistas da Itaúsa ficarão expostos indiretamente, pois essa participação já está no portfólio de ativos da Itaúsa. 

A Itaúsa passou a ter direito à participação acionária na XPart na mesma proporção das ações que possui no Itaú Unibanco (ITUB3 e ITUB4). Ou seja, possui, indiretamente via XPart, cerca de 15% do capital total da XP, tornando-a a segunda maior empresa do portfólio da Itaúsa em valor de mercado. 

Transação ganha-ganha  

Esse movimento é positivo para todos: os acionistas do Itaú receberão participação na XP de forma direta. 

A Itaúsa se beneficia indiretamente com a potencial valorização das ações do Itaú e incorporação da Xpart 

Do ponto de vista da XP, o movimento traz mais segurança e liberdade para a gestão da empresa, centralizando o poder de voto E se desobrigando de apresentar dados operacionais a um de seus principais concorrente 

Segundo uma reportagem do Estadão, com o Itaú fora, a XP estuda voltar ao mercado de negociações de criptoativos, possivelmente oferendo novas soluções aos seus clientes. A reportagem informa que o Itaú atuava como um entrave para a XP lançar um sistema próprio com exposição em criptoativos. 

Publicidade

O principal objetivo de um spin-off é esse mesmo, a criação de valor. Ou seja, que as empresas atuando de forma independentes e separadas sejam mais valiosas do que juntas. 

VOCÊ PODE GOSTAR
Gas Consultoria, Faraó do Bitcoin,Glaidson Acácio dos Santos, pirâmide financeira, Instagram, criptomoedas

Queda Livre: Livro sobre o golpe do Faraó do Bitcoin é lançado nesta sexta-feira

‘Queda Livre — a história de Glaidson e Mirelis, faraós dos bitcoins’ será lançado hoje na Livraria Travessa
Cornelius Johannes Steynberg, do MIT, em vídeo no Youtube

Morre sul-africano preso no Brasil por aplicar golpe de R$ 5 bilhões em criptomoedas

Cornelius Johannes Steynberg foi enterrado na quarta-feira (24) no Jardim das Palmeiras, em Goiânia
Imagem da matéria: Brasileiros importam recorde de R$ 8,6 bilhões em criptomoedas em março

Brasileiros importam recorde de R$ 8,6 bilhões em criptomoedas em março

Como resultado da alta em março, o acumulado do 1º trimestre de importação de criptoativos ficou em US$ 4,69 bilhões, 118% acima de 2023
Imagem da matéria: Brasileiro perde R$ 100 mil ao acreditar que ganharia lucro de 87% em duas horas com criptomoedas 

Brasileiro perde R$ 100 mil ao acreditar que ganharia lucro de 87% em duas horas com criptomoedas 

O golpe envolve várias empresas de fachada e foi divulgado por uma falsa influenciadora digital de finanças