Cerca de 1,3% de todos os bitcoins que já foram colocados no mercado estão hoje trancados na rede do Ethereum na forma de ativos sintéticos, de acordo com dados do The Block Research.
Ao todo são 239,8 mil BTC – o equivalente a US$ 7,6 bilhões na atual cotação do criptomoeda – que circulam através da sua versão tokenizada na blockchain do ETH.
Uma vez que já foram minerados 18,7 milhões de bitcoins desde o surgimento da moeda, esse número representa 1,3% do seu fornecimento total.
Como a blockchain dos projetos não são compatíveis, o usuário que deseja usar bitcoin em aplicações descentralizadas que funcionam na rede do Ethereum, precisa recorrer a versão sintética do ativo.
Essas moedas seguem o mesmo modelo de emissão de uma stablecoin, ou seja, para cada bitcoin sintético colocado no mercado, há um bitcoin real mantido em reserva. Caso o BTC volte a circular fora da rede do ETH, a sua versão tokenizada é destruída.
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Não é à toa que o BTC sintético começou a se popularizar a partir de julho do ano passado, conforme mostra o gráfico acima. Naquela época, os projetos DeFi explodiram no meio cripto e a necessidade de incluir o bitcoin nesse novo espaço fez a demanda por esse tipo de ativo aumentar. Há exatamente um ano atrás, só circulavam 5.290 BTC na rede do Ethereum, ou seja, houve um crescimento anual de 4.400%.
Wrapped Bitcoin
O bitcoin sintético mais popular do mercado é o Wrapped Bitcoin (WBTC) que representa 78% de todo BTC presente na rede do ethereum. O ativo possui hoje uma capitalização de mercado de US$ 6 bilhões que lhe garante a 22ª posição no ranking do CoinMarketCap.
A BitGo é responsável por fazer a custódia das criptomoedas originais que dão garantia aos versões sintéticas emitidas. A empresa também foi uma das criadoras da WBTC em 2019 em parceria com as organizações Ren e Kyber Network.
Existem outras versões da criptomoeda em padrão ERC-20 disponíveis no mercado como a HBTC, renBTC, imBTC, sBTC and tBTC. Cada uma foi desenvolvida com o seu fim específico, mas todas compartilham o objetivo de levar o bitcoin às finanças descentralizadas.
Além disso, as criptomoedas sintéticas não se limitam à rede do Ethereum. O BTCB, por exemplo, é a versão tokenizada do BTC que funciona na Binance Smart Chain. A moeda foi desenvolvida no padrão BEP2 e atualmente é a segunda versão de bitcoin sintético mais usada no mercado, atrás apenas do WBTC.