A Polícia Civil de Pernambuco prendeu na terça-feira (27), no âmbito da operação Dirty Money, um ex-bancário da Caixa Econômica Federal e mais sete pessoas acusadas de sequestrar um homem em Recife e exigir criptomoedas como resgate.
Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (28), o delegado Paulo Berenguer, do Grupo de Operações Especiais (GOE), responsável pelo caso, disse que o ex-funcionário do banco era o líder da quadrilha:
“Ele é extremamente habilidoso, investidor financeiro, com forte conhecimento em informática. Inclusive, é ex-bancário da Caixa Econômica Federal. Então é uma pessoa que tem bom conhecimento em investimentos financeiros”.
O líder e os outros detidos responderão pelos crimes de extorsão mediante sequestro, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento falso e tortura. Cinco foram presos em Pernambuco e três em São Paulo.
A Polícia Civil de São Paulo também investiga o grupo. Na capital paulista, os mesmos criminosos teriam praticado sequestros semelhantes em dezembro de 2020.
Na operação da terça, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão domiciliar. As autoridades confiscaram três carros de luxo, entre eles uma BMW e um Range Rover avaliados em R$ 500 mil, além de drogas e equipamentos eletrônicos.
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Investigação
A investigação começou em março quando um empresário foi sequestrado no bairro de Boa Viagem, em Recife. Segundo o jornal Folha de Pernambuco, ele atuava no ramo de comercialização de criptomoedas.
Quando chegou ao estacionamento do local onde trabalha, o homem foi surpreendido por três elementos armados e levado à força a um esconderijo.
A vítima ficou três horas em cativeiro e sofreu torturas, e só foi libertada depois que familiares pagaram o resgate em bitcoin. O valor pago não foi divulgado pelas autoridades.
O delegado Paulo Berenguer disse que essa modalidade de sequestro é uma novidade para os policiais do estado e que “foi a primeira vez que o pagamento de um resgate se deu em criptomoedas”.