O advogado e especialista em tecnologia Ronaldo Lemos falou sobre o Bitcoin em sua coluna na Folha de São Paulo no domingo (03). Segundo ele, a criptomoeda voltou a ser assunto de almoços de família e que isso requer cuidado. “É bom ter cautela”, escreveu.
Lemos usou o tema das criptomoedas para inseri-lo numa abordagem sobre ‘choques’ na área de tecnologia no começo deste ano, principalmente nos EUA, onde governo e grandes empresas correm grandes riscos de ataques cibernéticos. “Além da pandemia, vão ter de conter a viralização dos ataques digitais”, disse.
Choque Bitcoin
Um dos choques descritos pelo especialista foi a subida de valor do bitcoin e de outras criptomoedas. “O bitcoin abriu 2020 custando US$ 7.000. No primeiro dia de 2021, seu valor era de US$ 29 mil por unidade”, disse Lemos.
Segundo ele, vários fatores explicam a alta, como a entrada no mercado cripto dos investidores institucionais, como o Paypal, e pela oferta limitada de BTCs. Ou seja, só vão existir 21 milhões de bitcoins no mundo ao final de toda sua mineração, o que ele descreveu como uma “questão técnica” onde a “oferta de bitcoins é desenhada para diminuir ao longo do tempo”.
Leia Também
Fora isso, Lemos deu outra explicação, que seria a volta dos investidores desavisados que desde o colapso de 2018 e 2019 haviam fugido das criptomoedas. “O bitcoin voltou a ser assunto de almoços de família e das festas de fim de ano. É bom ter cautela”, ressaltou.
Avanços em tecnologias
Ele também destacou a criação do Banco Central (Bacen) de um grupo de trabalho oficializado em agosto do ano passado e que vai estudar uma possível CBDC brasileira. “Por design é programada para espelhar digitalmente o valor do real”, disse.
Destacou também que 2021 é o ano chave para a implantação do 5G no país, enfatizando um recente artigo do presidente da Ericsson no Brasil, Eduardo Ricotta. Ele acredita que se não houver o leilão do 5G neste ano, a situação em inovação se complica.
Lemos enfatizou também o desafio da aplicação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que passa a valer em agosto. E concluiu ressaltando a consolidação do Pix como meio de pagamento digital no Brasil; que “Já era” pagar tudo com dinheiro em papel e que cada vez mais bancos centrais estão interessados em emitir sua própria stablecoin — ou CBDC.