Imagem da matéria: Brasileiro preso pelos EUA no Panamá por golpe de R$ 110 milhões é extraditado
Gutemberg dos Santos fazia palestras motivacionais (Foto: Divulgação)

O departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) confirmou a extradição do brasileiro Gutemberg do Santos do Panamá para o solo americano na segunda-feira (30). Ele é acusado de comandar um golpe na ordem de US$ 20 milhões por meio da Airbit Club, uma pirâmide financeira com criptomoedas. Segundo comunicado à imprensa, Santos foi entregue a autoridades dos EUA no último dia 25.

Gutemberg estava preso no Panamá desde agosto deste ano, quando foi detido por autoridades da agência policial dos EUA para assuntos de fronteira (HSI). Agora o pernambucano de Recife — criado em São Paulo — deve enfrentar o tribunal americano. Lá, ele responderá por crimes de lavagem de dinheiro, fraude eletrônica e fraude bancária e pode pegar até 30 anos de prisão, segundo o DoJ.

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Da liderança do esquema fraudulento também foram presos em agosto deste ano: Pablo Renato Rodriguez; Scott Hughes; Cecilia Millan; Karina Chairez; e Jackie Aguilar, com exceção a Chairez, que foi presa em outubro.

De acordo com a responsável pela extradição, a procuradora de Nova York Audrey Strauss, Gutemberg dos Santos, que possui cidadania americana, desempenhou um papel fundamental em um golpe de investimento internacional que prometia taxas extraordinárias de retorno sobre investimentos fantasmas em criptomoedas. Ela reafirmou que Santos fraudou vítimas em dezenas de milhões de dólares.

Golpe com criptomoedas

O golpe Airbit Club aplicado nos EUA foi o mesmo empregado no Brasil e em outros países. Os acusados prometiam retornos extraordinários sobre ilusórios investimentos em criptomoedas. Isso porque os rendimentos mostrados na plataforma eram fictícios.

Para chamar público e tentar passar confiança ao negócios, Gutemberg usava nas palestras o ex-jogador da Seleção Brasileira Cafu como garoto-propaganda.

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A reportagem tentou contato com a defesa e a empresa do acusado por meio de redes sociais. Porém, todas as redes indicadas no site oficial ‘airbitclub.com’ não estão mais ativas, com exceção a um canal no YouTube.

Passado do brasileiro

Conforme apurado pelo Portal do Bitcoin, Gutemberg e Pablo Rodriguez fundaram a Airbit Club depois de ambos ‘fazerem escola’ com outras fraudes.

Foram encontradas pelo menos duas: Vizinova e WCM777. Apesar da tentativa de líderes, A WCM777 não vingou no Brasil. A Airbit Club sim. Inclusive o site ainda continua no ar, sem denúncias nos órgãos oficiais sobre suposta pirâmide financeira.

Em meados de 2020, Gutemberg ainda se apresentava como Empresário, empreendedor, coach e palestrante motivacional. Uma de suas bandeiras era “preparar jovens empreendedores”.

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Uma reportagem feita pelo site The Intercept Brasil em maio do ano passado mostrou a história de um jovem que usou o espaço da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) para promover o golpe. Ele contou que, através do “Marketing Multinível”, com 16 anos já tinha comprado um carro de luxo, uma BMW, e que ganhava mais de R$ 100 mil por mês.

Airbit Club no mundo

Há registros de que a Airbit foi além das Américas. Itália, onde teve até stop order do regulador italiano, Consob;  Dubai, e em países asiáticos como Filipinas. No continente sul-americano então, o negócio estava por tudo quanto é canto.

Em plena expansão em 2017, a equipe de Gutemberg começou a ocupar escritórios no Brasil e nos países vizinhos. O de São Paulo, por exemplo, funcionou próxima à capital, no Green Office Jaguaré, conforme coquetel de inauguração publicado no Youtube.

Àquela altura, a Airbit já estava no México, Peru e ganhando terreno. E o grupo não parava de ocupar palcos em diversos países com eventos para chamar mais pessoas.

Golpe nos EUA

Como aconteceu no Brasil, a Airbit Club deixou de pagar muitos clientes nos EUA. Segundo a promotoria americana, uma vítima disse que teve sua conta encerrada e os fundos perdidos.

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Ao reclamar na plataforma, avisaram-na que havia sido feita uma “execução da reserva de sustentabilidade financeira”, por motivos motivos econômicos devido à crise do coronavírus.

Sobre a plataforma da Airbit Club, a promotoria americana descreveu:

“Embora as vítimas vissem ‘lucros’ se acumularem em suas contas online, os números eram falsos: de fato, nenhuma mineração ou negociação de bitcoins em nome das vítimas ocorreu. Em vez disso, eles enriqueceram”.

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