O governo da Venezuela lançou uma corretora de criptomoedas estatal chamada “Venezuela Exchange” (VEX), que vai dar suporte para a Petro nos pares com bitcoin e litecoin, e para a dash, no par com o bolívar.
À frente da estratégia que começou a operar no início do mês para driblar sanções dos EUA está a Superintendência Nacional de Criptoativos e Atividades Relacionadas (Sunacrip).
No site do governo, a VEX foi descrita como “a nova casa de câmbio do país” e um “pilar tecnológico da economia digital na Venezuela”, com “oportunidades de comunicação entre ecossistemas”.
Segundo a Sunacrip, a exchange estatal pode ser acessada por meio do aplicativo ‘PetroApp’, que foi projetado para permitir que os venezuelanos comprem bens, serviços e façam transferências por meio de smartphones.
Os usuários poderão aderir a VEX fazendo uma cadastro no ‘Registro Integral de Servicios en Criptoactivos’ (RISEC). O site do governo ainda conta com uma calculadora específica para conversão cripto/fiat, a ‘Petro Calculadora’.
Para o governo, todas essas novas tecnologias são elementos digitais inovadores da nova economia digital da Venezuela. Com a moeda oficial destruída pela inflação, o país vem buscando alternativas ao papel-dinheiro.
Desde o final de 2018, com lançamento da criptomoeda estatal Petro, o ditador que governa o país, Nicolás Maduro, vem tentando criar uma economia centrada no controverso criptoativo — supostamente lastreado em petróleo.
Procurado pelos EUA
Quem coordena todo o setor de criptomoedas da Venezuela é Joselit Ramírez. Ele é um dos principais arquitetos da estratégia econômica de Maduro contra as sanções americanas que vêm desde da Era Obama.
Em junho deste ano, Ramirez passou a constar na lista de procurados da Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), uma divisão do Departamento de Segurança Interna.
Segundo o governo americano, o chefe da Sunacrip tem “fortes laços políticos, sociais e econômicos com vários supostos chefes de narcóticos”.
Ramírez é procurado por “lavagem de dinheiro e evasão de sanções”, e os EUA oferecem uma recompensa de US$ 5 milhões por sua captura.
Venezuela e criptomoedas
De acordo com um relatório recente da Chainalysis, a Venezuela está em terceiro lugar no mundo na adoção de criptomoedas, atrás apenas da Ucrânia e da Rússia.
No entanto, tal adoção pode não estar acontecendo da maneira que as autoridades venezuelanas esperavam, que era adoção em massa de sua criptomoeda nacional Petro.
NContudo, no cenário atual, o Bitcoin é centro das atenções. A circulação da criptomoedas foi promovida principalmente pelas plataformas P2P Localbitcoins.