Imagem da matéria: A China realmente controla o Bitcoin?
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A China segue controlando a maior parte do poder de mineração do bitcoin desde 2016, apesar de proibir o comércio de criptomoedas e os ICOs em 2018 e ameaçar reprimir os mineradores em 2019.

Como os mineradores de criptomoedas são diretamente encarregados de proteger a rede Bitcoin, qualquer entidade com o controle majoritário do hashrate (poder de mineração) também tem uma forte influência sobre o mercado.

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De acordo com um mapa produzido pelo Centro de Finanças Alternativas da Universidade de Cambridge, as mineradoras na China atualmente controlam cerca de 65% da média mensal do hashrate do Bitcoin. Isso é significativamente maior do que nos três concorrentes mais próximos da China: Estados Unidos, Rússia e Cazaquistão – cada um dos quais atualmente controla apenas 6-7% do hashrate.

China também domina a produção das máquinas

E isso já acontece faz tempo. A China domina o setor de mineração de Bitcoin desde seus primeiros dias, já que Bitmain e Canaan Creative – dois dos pioneiros na indústria de mineração ASIC – começaram na China.

Por esse motivo, a barreira de entrada para mineração na China sempre foi muito menor do que no resto do mundo. Os consumidores chineses são capazes de evitar os impostos e taxas que acompanham as remessas de unidades ASIC para o exterior, além de se beneficiarem do acesso antecipado aos hardwares de mineração de nova geração quando são lançados.

Combinado com custos de energia comparativamente baixos na China, não é difícil entender porque a china se tornou uma potência no bitcoin nos dias de hoje.

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Os mineradores chineses poderiam fazer um ataque de 51% ao Bitcoin?

Como as mineradoras chinesas controlam quase dois terços da taxa de hash do Bitcoin, é seguro dizer que eles têm controle majoritário sobre cerca de dois terços dos novos Bitcoins minerados. Por esse motivo, se quase todas as mineradoras que operam na China decidissem fazer um ataque de 51% contra a rede Bitcoin, as chances seriam altas de ser bem-sucedido. No entanto, isso exigiria um feito extraordinário de conluio entre os mineradores e provavelmente seria menos lucrativo do que simplesmente continuar minerando.

No entanto, esse controle sobre a taxa de hash do Bitcoin dá à China um certo poder de controle no preço. Cerca de 900 novos BTCs são minerados todos os dias, e cerca de 65% disso é destinado a mineradoras chinesas – que podem controlar como e quando cerca de US$ 5,5 milhões em BTC (diariamente) serão vendidos ao mercado.

No entanto, como a hashrate do Bitcoin na China é formada pelas contribuições de potencialmente dezenas de milhares de mineradores individuais, é improvável que ocorra qualquer conluio em larga escala para manipular o preço do Bitcoin.

Controlar como 65% dos bitcoins recém-minerados chegam ao mercado coloca a China em uma posição de poder numa escala global – mas não é uma posição de controle absoluto. Afinal, mesmo que 100% de todo o BTC recém-minerado fosse despejado em bolsas de valores todos os dias, ele normalmente constituiria menos de 1% do volume total de negociação de Bitcoin naquele dia – o suficiente para talvez diminuir brevemente o preço, mas não influenciaria no longo prazo.

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Com o governo chinês agora procurando lançar sua própria moeda digital apoiada pelo banco central, pode não demorar muito até a China tomar uma posição mais firme contra criptomoedas como o Bitcoin. Isso, mais do que as atividades dos mineradores da China, pode ter sérias ramificações para a rede Bitcoin, o hashrate e, finalmente, seu preço.

*Traduzido e republicado com autorização da Decrypt.co
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