Imagem da matéria: Qual o impacto da alta do Dólar no preço do Bitcoin
Foto: Shutterstock

Poucas pessoas param pra pensar nisso, mas o Bitcoin não é “cotado”, ou seja, medido, em Dólar. Nas exchanges, de acordo com o site Nomics, o volume de criptos negociado nas demais moedas (Euros, Lira Turca, Real, etc) totaliza apenas 10% do total.

No entanto, é necessário levar em conta o volume do OTC, ou mercado de balcão. Trata-se de mesas para negociação de grandes volumes, independentes dos livros de oferta encontrado nas exchanges.

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Uma única mesa de OTC, a Circle, reportou movimentações de US$ 24 bilhões ao longo de 2018. Para efeito de comparação, a exchange Kraken, uma das maiores e mais tradicionais, apresentou um volume de US$ 58 bilhões nos últimos 12 meses.

Como saber se isto é relevante?

Em alguns meses é possível notar uma correlação, ou seja, uma movimentação em direção semelhante, da moeda chinesa Yuan e o preço do Bitcoin em Dólar. Isto não significa necessariamente que o movimento tenha sido causado por esta mudança no câmbio da China, porém em alguns períodos a correlação mostra-se muito forte.

Gráfico da moeda Yuan (laranja) vs Bitcoin em dólar (azul)

Outra forma de presenciar a importância da cotação em Yuan é através de níveis de preço que aparentam ter mais relação com a moeda chinesa. No exemplo abaixo, os níveis de US$ 9.300 e US$ 9.400 parecem não ter tanta força quanto os 65.000 Yuan.

Patamar de preços servindo como âncora de preço

O Brasil neste cenário

Mesmo quem não se preocupa com a cotação das moedas internacionais deveria acompanhar o gráfico do Bitcoin em Dólar. Além do volume das criptomoedas negociado em Reais ser pequeno frente ao total do mercado internacional, nossa moeda possui histórico de desvalorização.

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O pico próximo de R$ 70 mil no preço do Bitcoin no final de 2017 representa apenas US$ 14,8 mil atualmente – ante os US$ 19,7 mil na época. Isto se deu por conta da alta no Dólar de R$ 3,30 para os atuais R$ 4,72. Ou seja, podemos atingir a máxima histórica em moeda local muito antes da cotação internacional.

A inflação atrapalha seus rendimentos

Não importa se você é um investidor de renda fixa, ações, fundos e/ou criptomoedas. A inflação é o custo do dinheiro, ou seja, o ponto de partida para calcular rendimentos líquidos.

Lembre-se que seus investimentos em criptomoedas ajudam a proteger deste efeito, justamente pelo fato de não estar atrelado ao Real. Isto é algo que traz muito valor no longo prazo e uma das principais razões para se ter uma exposição no segmento.


Sobre o autor

José Artur Ribeiro é CEO na Coinext. Economista formado pela Università di Roma (Itália) e investidor em criptomoedas desde 2014. Possui mais de 15 anos de experiência em cargos de liderança. Foi CFO da Hexagon Mining e CFO da Vodafone Brasil. Trabalhou também em multinacionais como Airbus Industries (França) e PricewaterhouseCoopers (Itália e Brasil).

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