A cada semana que passa descobre-se novas oportunidades para o uso de blockchains, vislumbrando um futuro melhor e mais brilhante.
A Tecnologia Blockchain não se limita apenas ao desenvolvimento de criptomoedas e está se difundindo cada vez mais em diferentes áreas.
Com a grande diversidade de usos previstos, surgiram dois modelos blockchain fundamentalmente diferentes: os Privados e os Públicos.
Neste artigo, vou distinguir as principais diferenças para cada modalidade.
Contextualizando blockchain
É impossível que um sistema único e global de blockchain atenda a todos os setores, já que cada setor possui necessidades específicas.
Por conta dessa diversidade de usos, diferentes blockchains foram sendo criados para suprir a demanda, cada um com um conjunto único de protocolos, embora os pilares do sistema permaneçam os mesmos.
Essas diversas redes se enquadram em duas categorias:
- Blockchain Público — de acesso aberto
- Blockchain Privado — de acesso autorizado
Vamos explorar as implicações envolvidas em cada tipo e, neste processo, identificar a diferença entre eles.
Blockchain Público
A comunidade blockchain considera o modelo público como a personificação do conceito inicial da tecnologia, como havia sido pensado por Satoshi Nakamoto.
Esse modelo é bastante simples, pois não é necessária autorização para poder participar dessa rede blockchain e contribuir para sua manutenção.
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Como qualquer pessoa pode participar da rede, ela é mais descentralizada quando comparada com os blockchains privados.
Contudo, uma consequência dessa maior descentralização é que os blockchains sem permissão são mais lentos que o modelo privado.
É importante destacar que quem autentica os dados de transação mantidos nos blockchains públicos é o próprio público.
Como não há intermediários para regular o que acontece nessa rede, o sistema depende da validação pública para chegar a um consenso sobre quais transações são legítimas. Bitcoin é um exemplo de blockchain sem permissão.
Blockchain Privado
Blockchains privados são o extremo oposto da modalidade anterior. De início, o objetivo dessa tecnologia era fornecer um sistema transparente, gratuito e descentralizado.
No entanto, esses blockchains requerem autorização para a colaboração no sistema. Consequentemente, ocorre uma centralização do controle desse sistema.
Isso porque o proprietário de um blockchain privado pode controlar a organização do sistema, a emissão de atualizações de software, supervisionando tudo o que ocorre na rede.
Quando se trata da validação de dados em blockchains privados, apenas alguns membros aprovados executam essa tarefa em nome de toda a rede.
É importante ressaltar que o proprietário de um blockchain dessa natureza pode decidir, também, quem visualiza essas informações. Um exemplo de uma blockchain permitida é o Ripple.
Em conclusão, os sistemas privados tendem a ser mais escaláveis e mais rápidos, mas são mais centralizados.
Os sistemas públicos estão abertos para que todos participem e, por isso, são mais descentralizados. Contudo, isso implica em menor velocidade de transações e menor escalabilidade.
Sobre o autor
Fares Alkudmani é formado em Administração pela Universidade Tishreen, na Síria, com MBA pela Edinburgh Business School, da Escócia. Desde janeiro de 2019, atua na empresa de criptomoedas Changelly como gerente geral para a América Latina.