A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou dois suspeitos de estelionato por atraírem pessoas por meio de um falso banco que promete empréstimos milionários. Segundo o site Metrópoles, um empresário de 42 anos do Piauí teve um prejuízo de R$ 400 mil com o golpe.
Conforme apurou o site, a dupla Arnaldo Cordova Duarte, de 69 anos, e Jussey Marcos Monteiro, 65, que comandava o Bethel Trust Bank, tem longa ficha na polícia por diversos crimes, dentre eles, o de estelionato.
A instituição também não possui registro junto ao Banco Central do Brasil para atuar como banco, segundo a Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) — contratos de empréstimos só podem ser concedidos por instituições financeiras autorizadas pelo Bacen.
De acordo com a publicação, por meio do falso banco eles prometeram um empréstimo milionário à vítima, mediante uma garantia antes da liberação dos recursos. No entanto, após realizar o depósito, o empresário não recebeu o valor combinado, nem mesmo a devolução da contrapartida, diz o site.
O crime aconteceu em 2016, mas a vítima só decidiu denunciar o caso à polícia em maio deste ano.
“Garantia” de retorno
Conforme reportagem, o empresário é dono uma loja de móveis, mas queria trabalhar no setor de combustíveis.
Ele tinha como projeto abrir dois postos de abastecimento na cidade onde mora, no estado do Piauí, e para isso procurou a instituição para o empréstimo.
Em depoimento ao Corf, órgão da Secretaria de Estado e Segurança Pública do Distrito Federal e unidade responsável pelo inquérito, a vítima detalhou o episódio.
O empresário disse que conheceu os dois sócios do falso banco Bethel por meio de um primo e, em maio de 2016, embarcou para Brasília para tentar um empréstimo de R$ 3 milhões. Na instituição, ele foi recebido por Duarte e Monteiro.
A dupla, então, garantiu os R$ 3 milhões. Contudo, para o empresário receber o empréstimo ele teria que custear um projeto de arquitetura e engenharia, no valor de R$ 100 mil, além do pagamento antecipado de R$ 300 mil a título de garantia.
O empréstimo seria pago em 60 parcelas a juros de 0,5% ao mês.
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Ele então concordou e entregou à dupla dois cheques no valor de R$ 150 mil cada — que pagaria com recursos de sua loja e com mais um empréstimo.
Após o fechamento do negócio, o empresário deveria receber o primeiro depósito após 30 dias, que seria de R$ 1 milhão, mas isso não aconteceu.
Dupla pede mais R$ 2 mil
Não bastasse, o empresário foi enganado pela segunda vez. Ao queixar-se do não recebimento, a dupla ainda conseguiu mais R$ 2 mil da vítima.
Eles alegaram que o dinheiro era para irem a São Paulo resolver a pendência no escritório de um banco da Venezuela que era parceiro da instituição.
“Embora alguns juristas entendam que o estelionato é um crime menos grave, por não envolver violência física, entendo que ele destrói esforços de uma vida inteira, levando pessoas e famílias à ruína”, explicou o delegado da Corf, Miguel Lucena.
Banco diz ser de “confiança”
No site da instituição, a empresa diz ser um “banco de confiança e investimentos, especializado na emissão de carta fiança e soluções de garantias fiduciárias” e cita com parceiros várias instituições, dentre elas o banco Bradesco e Zurick Inc, uma companhia de seguros da Suíça.
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